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Polarização deve estimular debate "nacional" nas eleições municipais

O alcance será mais presente onde houver disputa entre PT e o PSDB, diz cientista político Marco Antonio Teixeira  

10 Jan 2020 - 09h05   atualizado em 02/12/2025 às 09h41
Polarização deve estimular debate "nacional" nas eleições municipais

Ainda que os problemas específicos de cada cidade sejam preponderantes, o debate público nas eleições municipais deste ano deve ter um caráter "nacional, ainda mais com a polarização" que tem afetado o país. Essa é a avaliação de Marco Antonio Teixeira, cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O alcance (de temas) nacional vai estar mais presente onde houver uma disputa entre PT e o bolsonarismo, ou o PT contra o PSDB; onde não houver, será menor", afirma.

Ele ressalva, porém, que a situação deve ser analisada conforme a configuração política de cada município. "Se você o olha ABC, vai ter polarização, se você olha Osasco, tem um pouco também. Em Barueri, a família Furlan tem um peso muito forte, mas que não rivaliza com o PT, os rivais são de outra natureza", afirma.

Para o professor, o PT deve seguir como a principal força da oposição nas eleições municipais. "O partido não tem mais para onde cair: na última eleição municipal ele foi dizimado. Mas ele tem um peso político importante em Osasco, no ABC e em Guarulhos", diz.

Pauta eleitoral

Além disso, a agenda bolsonarista deve ganhar relevância na disputa. "O discurso de segurança tende a pautar o debate nas grandes cidades, é onipresente, apesar das prefeituras não terem responsabilidade sobre essa política pública", explica Teixeira. "Mas temos temas que vão rivalizar, como o desemprego e empobrecimento que afeta as grandes cidades", afirma.

Ao mesmo tempo, o bolsonarismo deve enfrentar problemas por conta do prazo apertado para a formalização da Aliança pelo Brasil, partido criado pelo presidente Jair Bolsonaro para aglutinar sua base de apoiadores. A agremiação tem até o dia 4 de abril para obter o registro de seu estatuto no TSE e poder disputar as eleições. "Não vai dar tempo: os candidatos devem sair em partidos de pouca expressão", diz o especialista.

Na Região Oeste, os prefeitos Elvis Cezar (PSDB), de Santana do Parnaíba, Rubens Furlan (PSDB), de Barueri, e Rogério Lins (Podemos), de Osasco, apoiaram a candidatura de Jair Bolsonaro no segundo turno em 2018. As críticas, porém, não demoraram a aparecer. "Tem que trabalhar mais", disse em maio Cezar, que ainda apoia Bolsonaro. "Quando um idiota assume o governo, é terrível", disparou Furlan dois meses depois.

Agora, a corrida municipal será uma oportunidade de medir forças para as eleições de 2022 e verificar se o ímpeto original do bolsonarismo se manteve. "Por ser realizada entre duas eleições presidenciais, ela é também um termômetro", afirma o cientista político. 

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