Siglas devem rever estratégias para 2020 com fim de coligações
Nova legislação impede que as legendas se unam para disputar vagas de vereador
A entrada em vigor da proibição de coligações nas eleições municipais deste ano deve forçar os dirigentes partidários a reverem suas estratégias na Região Oeste. Aprovada em meio à Reforma Política do governo Temer, em 2017, a nova legislação impede que as siglas se unam para disputar vagas de vereador e deputado.
Na prática, os partidos concorrerão diretamente entre si, sem a possibilidade de alianças. Isso deve desestimular os candidatos a disputarem eleições em partidos pequenos e fortalecer legendas mais organizadas.
Para o presidente do PSDB do Estado de São Paulo, Marcos Vinholi, o fim das coligações "vai favorecer quem se preparar melhor". Os tucanos vão investir em candidaturas próprias para fortalecer as chapas de vereador. "Dessa forma teremos chapas competitivas e a consequente eleição de vereadores e prefeitos", afrma o dirigente.
O objetivo do fim das coligações é combater a fragmentação partidária, além de impedir que candidatos com votações expressivas ajudem a eleger colegas com poucos votos - o chamado "efeito Tiririca", que cria uma distorção na representatividade política.
Na Câmara de Santana de Parnaíba, por exemplo, há 11 siglas representadas por meio de apenas 17 vereadores. O mesmo fenômeno pode ser observado na Casa Legislativa de Barueri, onde 21 parlamentares se dividem entre 13 partidos.
"O fim das coligações está modernizando a política", avalia o vereador Carlinhos do Açougue, vice-presidente do DEM em Barueri. "Só vai participar da eleição quem quer disputar um processo democrático", afrma.
As listas de candidatos de cada partido serão definidas até o início da campanha eleitoral, no meio do ano. Até lá, deve aumentar a movimentação para troca de siglas. "Vamos estar de portas abertas para uma boa composição do partido", diz Carlinhos.