Sexta, 22 Novembro 2024

Política

Pesquisa MAS aponta que população desaprova Bolsonaro e é contra reforma da Previdência

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Pesquisa MAS aponta que população desaprova Bolsonaro e é contra reforma da Previdência

Levantamento ouviu moradores de Araçariguama, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e Vargem Grande Paulista; pesquisa ainda será feita nas demais cidades que integram o Cioeste 

Levantamento ouviu moradores de Araçariguama, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e Vargem Grande Paulista; pesquisa ainda será feita nas demais cidades que integram o Cioeste. (Foto: Divulgação)

Em boa parte da região oeste, a maioria dos moradores vê a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como ruim ou péssima e quase metade não gostaria que a reforma da previdência fosse aprovada. 

Os dados fazem parte de pesquisa do Instituto MAS, que ouviu 1.705 moradores das cidades de Araçariguama, Carapicuíba, Cotia, Itapevi, Pirapora do Bom Jesus e Vargem Grande Paulista, sobre a percepção do atual governo e como as coisas têm sido encaminhadas até aqui.

Bolsonaro completou os primeiros seis meses de governo e ainda não conseguiu a aprovação da reforma da previdência, tida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como fundamental para o crescimento do Brasil e para contornar a situação das contas públicas. A oposição questiona o argumento e alega que a população mais pobre sofrerá em caso de aprovação.

Em meio ao embate, a gestão de Bolsonaro foi considerada ruim/péssima por 37% dos entrevistados. Outros 26% disseram que aprovam o início do mandato do presidente, enquanto 27% consideram regular o atual governo. Outros 10% não opinaram ou não souberam responder. Chama a atenção que em todas as cidades pesquisadas, Bolsonaro teve mais votos na eleição do ano passado.

De acordo com o cientista político, Marcos Agostinho, diretor do Instituto MAS, o índice de ótimo e bom da avaliação do governo é inferior, se fosse feito um paralelo dos resultados com a intenção de voto de Bolsonaro na região, sobretudo, a do segundo turno das eleições. A queda e o aumento do número de que consideram o governo regular, segundo o cientista, pode ser explicada. "O número de pessoas que considera a gestão regular ainda não conseguiu enxergar o sentido desse governo, não sabem avaliar se é bom ou ruim", explica.

Esse percentual, de certa forma, segue a mesma tendência de outros levantamentos feitos em nível nacional. "A expectativa de avaliação do governo era bem alta, passado o primeiro mês de atuação, ela se manteve, porém, no terceiro mês caiu, e agora, houve queda ainda maior. "Pela primeira vez, é nítida a diferença entre aqueles que aprovam e desaprovam o governo Bolsonaro, sendo que o saldo é negativo", ressalta.

Numa avalição sobre as ações do governo federal, Agostinho afirma que elas não priorizam as grandes pautas do país, focando apenas na questão econômica, por meio da reforma da Previdência, e outros compromissos morais, como as propostas da campanha na questão do armamento, do combate à esquerda e às artes, por meio da limitação da Lei Rouanet", diz.

Para o cientista, se existem distorções nos subsídios sociais e nas leis de incentivo à cultura, os mesmos poderiam ser corrigidos e não extinguidos. "Existe uma série de contradições desse governo que passam a ser cada vez mais explícitas aos olhos da população, como a participação do presidente na cúpula do G20", relembra, onde Bolsonaro evitou tratar de pautas como o Meio Ambiente, relevantes para as 20 maiores economias do mundo.

A expectativa de mudança concreta do País, com a eleição do governo Bolsonaro, começa a ruir pouco a pouco, restando apenas o núcleo mais radical, de acordo com o cientista. "Os liberais que aderiram ao Bolsonaro já perceberam que suas ações não apontam para uma perspectiva de melhora do Brasil".

Previdência

Sobre a reforma da previdência, os índices são ainda mais desfavoráveis ao gestor. Segundo o MAS, 47% dos entrevistados disseram ser contra o projeto que muda as aposentadorias, 37% é a favor. Outros 9% se declararam indiferentes a proposta e 7% não souberam responder. "Passado o período de aprovação dessa reforma, se ocorrer, o que virá depois? Qual é a política de emprego, da reindustrialização do País; o que fará com as novas tecnologias e a política de direitos humanos? A grande dúvida em relação a que veio o governo Bolsonaro, permanece", concluiu.

Sequência

A pesquisa de avaliação do governo Jair Bolsonaro prossegue nas cidades de Barueri, Santana de Parnaíba, Osasco e Jandira, que integram o Cioeste (Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo), e será divulgada pelo Instituto MAS ao longo desse período que celebra os 20 anos dos MAS. 

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