Parlamentares da Região apoiam uso do Fundo Eleitoral contra a Covid-19
Popular nas ruas, proposta já foi apresentada no Congresso, mas ainda não está sendo discutida
Proposta em diversos projetos apresentados ao Congresso desde março, a utilização dos R$ 2 bilhões do Fundo Eleitoral para o combate ao Covid-19 é apoiada pelas lideranças da Região Oeste. "Sou 100% favorável", diz o vereador Fabião (PSDB), presidente da Câmara de Barueri. "Não tem que se preocupar com as próximas eleições, e sim com as próximas gerações", afirma.
O vereador Nilson Martins (Podemos), presidente do legislativo parnaibano, concorda: "sou totalmente favorável a investir 100% do Fundo Eleitoral para o combate à pandemia. Nem sabemos se haverá eleição esse ano, e se houver, a prioridade é cuidar da saúde da população e reverter".
Na Assembleia Legislativa, o deputado Cezar (PSDB) diz apoiar a aplicação dos recursos Fundo Eleitoral nas ações de combate à pandemia. "Não tem cabimento pensar em financiar campanha municipal, é necessário o máximo de esforços para salvar vidas. Estamos numa situação de calamidade pública", afirma.
A deputada federal Bruna Furlan (PSDB) também é favorável à proposta, mesmo depois de ter dado sim, em 2019, à criação do fundo, com o objetivo de "combater a corrupção do caixa 2 em campanha eleitoral, crime que precisa ser banido, disse ela em suas redes sociais.
Ao apoiar a utilização da verba eleitoral, os deputados têm a vantagem, porém, de estarem no exercício do cargo, o que dá a eles vantagem na hora de promover suas campanhas à reeleição. Ainda assim, argumenta Fabião, "o fundo eleitoral não fica para ninguém, só para os medalhões". "É uma vergonha", diz.
Um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, na Câmara Federal, ao menos 264 parlamentares votariam a favor de uma proposta destinando os recursos ao combate à pandemia. Em meados de abril, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (MDB), criticou a ideia. "Vou defender a democracia e deixe que muitos defendam a demagogia", disse.
Procurado pela reportagem, a assessoria do deputado estadual Emidio de Souza (PT) não se posicionou.