O convite do PSB feito ao prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB), visa não só a chegada do gestor à sigla, mas também a do vice-prefeito Beto Piteri (PSDB), nome cotado para ser o candidato à sucessão nas eleições de 2024. O convite feito na última semana esquentou o clima na cidade e faz parte de uma série de movimentações partidárias.

Para o PSB, a ideia de trazer Furlan ajudaria a reforçar a sigla na região com uma candidatura competitiva em uma das principais cidades da Grande São Paulo. Antes, a sigla sinalizava apoio ao ex-prefeito Gil Arantes (União), que também pretende concorrer à prefeitura.

"No caso do Gil, ele teria apenas o apoio do PSB. Ao partido interessa ter um nome na disputa municipal", afirma Pedro Mori, secretário das organizações executivas estaduais do PSB, e presidente do diretório de Santana de Parnaíba. "De que nos adianta um partido que vai apoiar um outro?", questionou.

A fala contrapõe à nota emitida pelo presidente do diretório municipal de Barueri, Laerte Soares, que enfatizou apoio a Gil Arantes e disse ter sido surpreendido pelo movimento. "Repudiamos qualquer tentativa de especulação com a nossa legenda sem autorização e diálogo", disse Laerte.

"Respeitamos os diretórios municipais, mas a ida do Furlan para a legenda não será decidida nesta esfera, passa por Caio Siqueira [presidente nacional do PSB], Geraldo Alckmin [vice-presidente da República] e Márcio França [ministro e presidente estadual do PSB]", ressaltou.

Político experiente

Mori esteve com Furlan no último dia 9, onde apresentou o convite da sigla. A expectativa é de que Alckmin venha em março para sacramentar o acordo. A movimentação começou ainda durante a campanha eleitoral do ano passado, quando Furlan declarou apoio ao presidente Lula (PT) ainda no primeiro turno, em contraponto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado em outubro.

"Furlan é um político experiente, e muito próximo de Geraldo. Nos interessa ter no partido alguém com esse perfil", completou Mori.

A ida ao PSB pode ampliar a proximidade com o governo federal em torno de recursos para o município. De quebra, a troca ajuda num momento de enfraquecimento do PSDB. A sigla vive instabilidade no estado e com um novo comando em nível nacional, com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. As convenções do partido foram canceladas, em um movimento para Leite emplacar aliados no lugar de antigos apoiadores de João Doria.