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No início de 2013, prefeitos da região oeste da Grande São Paulo começaram a se articular para criar um consórcio. A ideia, que havia sido vista com descrença em anos anteriores devido às diferenças políticas entre os gestores de diferentes correntes, finalmente ganhou força naquele ano.

Foi nesse período que o Cioeste (Consórcio Intermunicipal da Região Oeste) foi fundado e, nesta semana, inaugurou sua nova sede em Alphaville, justamente no ano em que comemora 10 anos de atuação. O desafio da entidade é manter essa unidade nos próximos anos, enquanto busca soluções conjuntas para os problemas das cidades.

Em 2024, a maioria das cidades passará por eleições municipais, o que resultará automaticamente em uma mudança na composição do atual grupo de 12 gestor. Até lá, o atual corpo diretivo tem buscado consolidar as conquistas junto ao governo estadual e federal.

Na inauguração do novo espaço, Valmir Prascidelli (PT) esteve no evento representando o Governo Lula (PT), enquanto o secretário da Casa Civil, Gilberto Kassab (PSD), participou em nome do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Não há no mundo moderno soluções municipais sozinhas, então tudo que pode ser coletivo quem ganha é a população", defende a entidade em nota. "O maior desafio é manter a unidade que existe hoje entre os prefeitos e o espírito público."

Essa união esbarra muitas vezes em confrontos políticos. No ABC Paulista, por exemplo, onde há um consórcio desde os anos 1990, prefeitos de duas cidades deixaram o grupo, após o PT assumir a presidência.

O Cioeste aponta que esse risco jamais ocorreu na região. "Existe uma unidade de prefeitos muito forte dentro do Cioeste, tanto que já tivemos prefeitos de esquerda, de direita e de vários partidos", ressalta.

Atualmente, o Cioeste é comandado por Josué Ramos (PL), prefeito de Vargem Grande Paulista, e a entidade ressalta que possui um "corpo técnico" consolidado, e que "a parte política" cabe somente aos prefeitos. Uma das ações do grupo é reunir as equipes de todas as prefeituras, em cada segmento como saúde, educação e segurança, para debater os desafios da região.

Teste de fogo de cara

A oficialização do Cioeste foi feita no final de 2013, mas as conversas entre os gestores da época começaram já nos primeiros meses do ano. Em abril daquele ano, o então prefeito de Osasco, Jorge Lapas (PT), foi um dos entusiastas e buscou se reunir com os demais gestores para a formalização. Lapas, hoje, é secretário-executivo da entidade.

As conversas se deram entre abril e maio e, um mês depois, os gestores já enfrentaram o primeiro teste de fogo. As jornadas de junho de 2013, que tiveram protestos em diversas cidades da região e pararam o Brasil. Com a pressão popular, os gestores decidiram em conjunto reduzir o preço da tarifa.

Avanços

Após a formalização, sete prefeitos presidiram a entidade, sendo Elvis Cezar (PDT) o que mais administrou o Consórcio, por três anos (2017, 2018 e 2020). O número de cidades aumentou de oito para 12, com a chegada de cidades próximas como Araçariguama e Cajamar. Com isso, o grupo estima representar 2,5% do PIB nacional.

Sobre as conquistas desse período, a entidade aponta a duplicação da rodovia Castello Branco, a criação da Casa Abrigo para mulheres vítimas de violência e a Casa de Passagem para Mulheres, como algumas das principais.

Também cita a usina móvel de reciclagem de resíduos da construção civil, a integração das 12 guardas municipais pelo sistema de comunicação via rádio, o projeto de cercamento digital e integração das 12 cidades, além de compras coletivas nas áreas de saúde e educação.

As despesas do Cioeste são custeadas por todas as prefeituras participantes. Cada uma paga o equivalente ao tamanho da população.