Ao contrário do clã Bolsonaro, famílias políticas da região alinham discursos
Em Barueri e Santana de Parnaíba, prefeitos contam com familiares para divulgar ações e exaltar gestão
Após 10 meses do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ter assumido o mandato, ele ainda não conseguiu se livrar do 'incêndios' envolvendo seus familiares. Seus filhos têm estado no centro das discussões, em todas as esferas, por defenderem e falarem assuntos polêmicos.
Na região, a relação familiar dos políticos é mais discreta. Os prefeitos de Barueri e Santana de Parnaíba, Rubens Furlan (PSDB) e Elvis Cezar, também tucano, na ordem, contam com apoio dos parentes para divulgar suas ações. O discurso é sempre alinhado. Furlan tem ao seu lado sua filha Bruna Furlan, deputada federal; sua esposa, primeira-dama e presidente do Fundo Social Estrela Guia, Sônia Furlan e ainda possui um 'reforço' na Câmara Municipal, seu irmão Toninho Furlan, vereador pelo PSDB.
Racha
Apesar dos prefeitos terem apoiado a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, em 2018, o cenário não é mais o mesmo. O governo dele não tem sido aprovado por eles. Elvis, aconselhou o presidente, "ele deve trabalhar mais e falar menos". O veterano Furlan chegou a dizer que " o Brasil está um cacareco. Sendo destruído. É um horror o que está acontecendo. Mas nós, brasileiros, somos mais fortes que o Bolsonaro".
Sua filha, a parlamentar Bruna não economiza críticas ao Governo Federal e aos filhos de Bolsonaro. Na Câmara, ela mandou um recado ao presidente. "Segure os seus filhos presidente Bolsonaro. Senão, o senhor não vai conseguir segurar este parlamento". Bruna citou que Bolsonaro disse que foi seu filho quem o elegeu. "Não foi, foi a população. Mas, pode ser seu filho que irá tirá-lo se continuar com esse crime de responsabilidade, colocando as forças armadas contra a população", durante análise das críticas sofridas pelo ex-comandante do Exército, general Villas Bôas, por parte do filósofo Olavo de Carvalho, uma das personalidades mais influentes do presidente
O caso AI5
O deputado, pressionado pelo pai, tentou se retratar. "Eu peço desculpas a quem porventura tenha entendido que estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo, de alguma maneira, estaria estudando qualquer medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe. Agora, muito disso é uma interpretação deturpada do que eu falei", ressaltou Eduardo.