Ano termina com dificuldade econômica e esquerda e direita embaralhadas
Gestores apontam cenário adverso
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Restam poucos dias para o fim de 2023 e o ano político praticamente está encerrado, com um cenário diferente para o período eleitoral que se aproxima.
Nesta semana, as Câmaras de Barueri e de Santana de Parnaíba realizaram as últimas sessões do ano e, agora, só retornam em fevereiro de 2024 quando a pré-campanha estará a todo vapor.
Para o próximo ano, um embaralhamento entre esquerda e direita e uma dificuldade econômica maior estão entre os itens que devem marcar o começo do ano eleitoral.
Na seara econômica, as duas cidades projetaram um orçamento com crescimento mais cauteloso do que o dos últimos anos.
Em Barueri, o prefeito Rubens Furlan (PSB) esteve na Casa, onde enfatizou a queda na arrecadação, após anos em que as cidades receberam mais verbas em meio à pandemia de Covid-19.
"Foi um ano bastante difícil para todos nós. A grande luta, de todos os políticos, é na recuperação da economia do Brasil. Desde janeiro, a nossa economia vem caindo vertiginosamente, nós fizemos um esforço brutal para que nada fosse prejudicado", afirmou Furlan.
A cena é semelhante em Parnaíba. Embora o prefeito Marcos Tonho (PDT) não tenha feito comentários sobre a arrecadação, vereadores da base aliada citaram a questão ao aprovar reajustes em impostos municipais na semana passada.
A questão econômica pesa em um período em que os gestores tentarão manter os grupos políticos no poder e precisam entregar obras para mostrar a efetividade da gestão.
Furlan tentará emplacar o vice-prefeito Beto Piteri, enquanto em Parnaíba a situação ainda não foi definida: Tonho pode concorrer à reeleição, mas o ex-prefeito Elvis Cezar (PDT) também é um dos favoritos a voltar à disputa.
Direita x esquerda
A disputa do próximo ano também deve apresentar um dilema do quanto a polarização nacional será sentida ou não nas disputas municipais. Até aqui, ao menos, os prefeitos têm buscado desvincular desse embate com coligações que vão da direita à esquerda.
Em Barueri, o ex-prefeito Gil Arantes (União) é o principal adversário que se apresenta contra o vice-prefeito Beto Piteri (que deve se filiar ao PSB). Gil tem tido adesão de siglas como PSD e PP, considerados da centro-direita, mas também recebeu o apoio do PDT, sigla de esquerda que atualmente faz parte do governo Lula (PT).
Esse embaralhamento também é visto no grupo de Furlan. O próprio prefeito se filiou ao PSB, partido tradicionalmente da esquerda brasileira, e deve contar com outras legendas como o PT na base. Porém, na Câmara Municipal, o grupo tem nomes de siglas como Republicanos e PTB, que darão sustentação a Beto Piteri.
Essa complexidade se vê na própria Câmara, onde a maioria dos vereadores está em partidos que fazem parte da base de Lula.
Além deles, Barueri também pode ter o vereador Fabião, de malas prontas para o MDB, e Doutor Antonio (PL), como concorrentes à prefeitura.
No caso de Parnaíba, chama a atenção o momento do grupo político de Elvis no PDT. Embora em um partido de esquerda, parte do grupo político segue antipetista e o ex-prefeito não tem feito muitas menções ao atual cenário nacional. O partido é presidido na cidade pelo ex-deputado estadual Marmo Cezar.