Quarta, 05 Fevereiro 2025

Política

Ano de 2024 em Barueri foi marcado por reviravoltas e força do legado de Furlan

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Ano de 2024 em Barueri foi marcado por reviravoltas e força do legado de Furlan

 Grupo do prefeito conquistou vitória com Beto Piteri na campanha mais acirrada desde a democratização

Prefeito eleito de Barueri, ao lado da vice-prefeita Drª Claudia, durante evento de diplomação (Foto: Reprodução)

Como vinha se desenhando desde a reeleição do prefeito Rubens Furlan (PSB) há quatro anos, o ano de 2024 foi marcado por uma eleição acirrada entre os apoiadores do gestor e o grupo do ex-prefeito Gil Arantes (União). Muitas reviravoltas aconteceram até que Beto Piteri (Republicanos) fosse eleito prefeito em outubro.

Tudo começou com a busca por aliados. Em 2024, o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu apoiar Gil na disputa pela prefeitura. Até então, a sigla tinha como presidente o ex-vereador Doutor Antonio, que era cotado para disputar a prefeitura. No entanto, um acordo com a direção estadual da legenda mudou o rumo do partido, e não foi o único. Diversas outras siglas seguiram o mesmo caminho.

Entre janeiro e março, ocorreram várias mudanças. Pelo menos oito vereadores deixaram o governo para apoiar Gil, enquanto Fabião (MDB) confirmou sua pré-candidatura à prefeitura. Dez vereadores permaneceram ao lado de Furlan.
A saída da base acirrou o clima na Câmara Municipal, que, após quase sete anos sem grandes embates, viu discussões acaloradas, confusões entre parlamentares e até sessões encerradas antes do tempo por questões de segurança.
Esse clima hostil foi agravado pelas pesquisas eleitorais, que indicavam Gil à frente nas intenções de voto.

Piteri vai para o Republicanos
Para tentar manter uma base fiel e evitar a polarização nacional — já que o PT também apoiava a candidatura de Beto Piteri — o grupo de Furlan decidiu transferir Piteri para o Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas e presidido em Barueri pelo vereador Wilson Zuffa.

Além disso, a chapa decidiu apostar em Doutora Claudia (PSB) como vice, justamente a esposa de Doutor Antonio, que perdeu o PL no começo do ano. Gil, por sua vez, escolheu a ex-primeira-dama Silvia Arantes (PL) como vice, o que gerou questionamentos dentro de seu próprio grupo.

Morte de Rubinho
Quando a campanha começou, a classe política foi abalada pela perda de Rubens Furlan Filho, o Rubinho, que faleceu após anos de luta contra o câncer. Ele recebeu homenagens de toda a região, inclusive da oposição.

­Nos dias seguintes, com a campanha em pleno andamento, os embates se intensificaram. A candidatura de Beto Piteri conseguiu desgastar a imagem de Gil, enquanto o ex-prefeito não conseguiu fazer com que a narrativa de que Piteri não era de Barueri, e sim um ex-prefeito mal avaliado em Jandira, pegasse.

Isso se deveu em parte à ênfase de Furlan, que associou a imagem de Beto aos feitos da atual gestão, que gozava de boa avaliação. No entanto, a presença de Fabião, além da candidatura de Sabrina Nabuco (PSOL), fez com que a disputa não fosse decidida logo de cara. Pela primeira vez, Barueri precisou de um segundo turno para eleger seu prefeito.
Beto alcançou 48,39% dos votos na primeira rodada de votação. Perto da vitória, alguns dos vereadores que haviam abandonado o governo para apoiar Gil retornaram ao grupo de Furlan e passaram a apoiar Beto, que estava muito perto de vencer.

Pablo Marçal
A eleição de Barueri ainda contou com a curiosa participação de Pablo Marçal (PRTB), candidato derrotado em São Paulo, que declarou apoio a Gil Arantes, mas sem resultados concretos.

Pela primeira vez desde 1992, nem Furlan nem Gil serão os prefeitos de Barueri. Beto Piteri, a partir de 2025, terá o desafio de mostrar qual será o tipo de administração que implantará — ou se seguirá os passos de Furlan.
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