Juiz nega pedido de recuperação judicial de controladora da Starbucks
Em sua decisão, o juiz pediu uma perícia prévia sobre a documentação apresentada pela companhia
Para receber notificações da comunidade de Alphaville e região, inscreva-se em nossos canais no Telegram e WhatsApp
Em sua decisão, o juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências de São Paulo, pediu uma perícia prévia sobre a documentação apresentada pela companhia.
"Determino a realização de constatação da real situação de funcionamento da empresa, bem como de perícia prévia sobre a documentação apresentada pela requerente, de modo a se constatar sua correspondência com os seus livros fiscais e comerciais", diz o documento.
A SouthRock divulgou que recebeu com "absoluta surpresa" a notificação de rescisão, porque já vinha negociando com a Starbucks Coffee International uma repactuação das obrigações dos acordos de licenciamento para que as condições de pagamento "refletissem sua atual capacidade financeira".
O grupo SouthRock Capital, controlador de marcas renomadas como Starbucks, Subway e Eataly no Brasil, protocolou um pedido de recuperação judicial para suas empresas na terça-feira, 31 de outubro. O pedido, conforme documento apresentado pelos advogados da Thomas Bastos, Waisberg e Kurzweil, revela que o grupo acumulou dívidas de aproximadamente R$ 1,8 bilhão
Operação
Fundada em 2015, a SouthRock se especializou no desenvolvimento de marcas de bebidas e alimentos no Brasil. Em 2017, sua operação de lojas de aeroporto, denominada Brazil Airport Restaurantes, teve início e atualmente opera 25 estabelecimentos nos principais aeroportos internacionais do país. Sob a marca Brazil Highway, o grupo administra também seis redes de alimentação nas principais rodovias do estado de São Paulo.
A maior operação do grupo é a rede de cafeterias Starbucks, cuja licença foi adquirida em 2018. Desde 2019, a SouthRock expandiu a presença da marca para além do eixo São Paulo-Rio, estabelecendo unidades em Santa Catarina, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais. Atualmente, o grupo opera 187 lojas próprias no Brasil, gerando uma receita mensal de mais de R$ 50 milhões, que representa uma parcela significativa do fluxo de caixa do grupo.
Em 2022, o grupo também passou a operar o centro de gastronomia Eataly em São Paulo, que oferece mais de 8.000 produtos e abriga seis restaurantes.
A crise financeira mencionada no pedido de recuperação judicial é atribuída ao "cenário constante de insegurança" no país, à recessão econômica dos últimos anos e, sobretudo, à pandemia de Covid-19.