Sábado, 23 Novembro 2024

Saúde

Água de municípios não possui agrotóxico acima do limite, diz estudo

Saúde

Água de municípios não possui agrotóxico acima do limite, diz estudo

Foram encontrados 27 tipos de agentes químicos 

Na legislação brasileira, agentes estão sob controle (Foto: Michela Brígida/Folha de Alphaville)

Apesar de constatada a presença de 27 tipos de agrotóxicos na água tratada consumida em Barueri e Santana de Parnaíba, nenhum deles está acima do limite considerável nocivo à saúde, conforme o parâmetro brasileiro de regulação. Em critérios de fiscalização da União Europeia, 15 agentes químicos ultrapassariam o limite.

Os dados são do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, e foram compilados pelo portal Repórter Brasil, pela Agência Pública de Jornalismo Investigativo e pela organização suíça Public Eye, referentes aos anos de 2014 e 2017.

Por meio desta plataforma, são investigadas continuamente a presença de 27 agentes químicos nocivos à saúde humana, além da condição da água das cidades de todo o país. Entre 1.396 municípios brasileiros investigados, foi constatada a presença de todos os 27 tipos de agrotóxicos, assim como nas cidades da região.

De acordo com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), 16 desses produtos são considerados tóxicos e 11 estão associados a doenças crônicas, como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos.

Apesar de preocupante, a situação não deve causar alarde, segundo o professor de Meio Ambiente e Química da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rogério Aparecido Machado. "Mesmo com o grande aumento que houve nos últimos anos, a concentração de agrotóxicos na água ainda é baixa. Obviamente, a exposição a longo prazo pode trazer alguns males, mas é uma probabilidade ínfima, que não deve ser levada a extremos", disse.

Substâncias permanentes
Ainda de acordo com o especialista, o grande problema que envolve o uso dos agrotóxicos é o fato desses produtos serem substâncias persistentes no meio ambiente, demorando centenas de anos para se desintegrarem. "Nossos sistemas de tratamento de água não conseguem fazer a retirada desses agentes, que requer um sistema de alta tecnologia e mais caro. Isso é um problema mundial, que está sendo amplamente discutido", explica Rogério. 

Newsletter
Não perca nenhuma notícia.

Inscreva-se em nossa newsletter gratuita.


Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.folhadealphaville.com.br/