Vereadores veem de forma positiva extinção da coligação partidária
De olho em 2020, Congresso analisa projetos para alterar regras eleitorais. Aprovação deve acontecer até outubro
A pouco mais de um ano das eleições municipais, quando os eleitores irão às urnas para escolher novos prefeitos e vereadores, deputados e senadores já apresentaram ao menos 20 projetos para alterar regras das próximas disputas; que estão sendo analisadas pelo Congresso Nacional.
As alterações precisarão ser aprovadas até outubro deste ano para passarem a valer em 2020. A extinção de coligações nas eleições para o cargo de vereadores já está aprovada, desde 2017.
De acordo com parlamentares da região ouvidos pela reportagem, que confirmaram a disputa à reeleição, a medida é positiva. O Kascata (PSB), que ocupa uma cadeira na Câmara de Barueri, afirmou que deve ir para o Democratas com o objetivo de ampliar o número de vagas da sigla na Casa e por estar descontente com o PSB. "Por conta disso eu vou arrumar outro partido. Vou jogar a minha toalha sobre sair do PSB. Fui convidado pelo DEM e temos 90% de conversa avançada. Queremos fazer pelo menos cinco vereadores", contou.
O parlamentar Carlinhos do Açougue, vice-presidente do DEM em Barueri, concorda. "É até bom porque cada partido monta seu grupo. A coligação, às vezes, desestrutura o partido. Nós do Democratas estamos montando um partido forte e vamos fazer nove cadeiras. Estamos fazendo convites", revelou.
Cota feminina
A cota das mulheres nos partidos e a destinação de verba para a candidatura deste público também estão sendo discutidas. Para a vereadora Sabrina Colela (PSC), o índice deveria ser de 50% para ampliar a participação feminina e não extinguir essa cota. "Com isso, corre-se o risco de cada partido ser composto por 100% de homens".
Sobre o fim da coligação, Colela cita a importância, para que não exista o efeito dos puxadores de votos (eleger vereadores com poucos votos, por conta das vagas das siglas). Ela ressalta que "para eleger um vereador é necessário atingir o quociente eleitoral, não necessariamente compor um grupo com vários vereadores é garantia de todos se elegerem".
Magno Mori (PSB), oposição ao prefeito Elvis Cezar PSDB), acredita que não ter coligação fortalece os partidos. "Na verdade, tem que se organizar melhor. Talvez ajude ajudar as pessoas se identificarem mais com o partido. Isso vai acabar enxugando a siglas para as pessoas buscarem mais ideologia".
Propostas
No momento, são ao menos quatro propostas de extinção do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o chamado fundo eleitoral. Mas há ideias também para diminuir a quantidade de algarismos no número que os candidatos a vereador adotam nas urnas. Parlamentares querem mexer em regras de debates, de entrevistas na TV e de divulgação de pesquisas, entre outras.