Rubens Furlan terá que enfrentar o bolsonarismo se quiser chegar ao Senado
Terminada a eleição com a vitória de Beto Piteri, começa-se a especular sobre o futuro do gestor, que encerra seu 6º mandato
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Talvez o principal vencedor das eleições de 2024, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSB), deve enfrentar um caminho desafiador caso busque novos cargos no futuro em âmbito estadual.
Seis vezes prefeito da cidade e agora fazendo o sucessor, o prefeito eleito Beto Piteri (Republicanos), Furlan tem tido seu nome mencionado como possível candidato ao Senado em 2026 ou até mesmo ao Governo do Estado.
Caso decida aceitar o desafio de disputar uma vaga no Senado, o político precisará enfrentar uma competição acirrada, com o bolsonarismo tentando ocupar as duas cadeiras, enquanto a esquerda enfrenta dificuldades para lançar nomes competitivos em São Paulo.
A possibilidade de Furlan se candidatar ao Senado vem sendo especulada desde que ele deixou o PSDB e se transferiu para o PSB, em um acordo alinhado com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Parte do acordo também envolvia que Beto disputasse a prefeitura pelo PSB, mas, na reta final, o grupo decidiu que ele deveria concorrer pelo Republicanos, sigla do governador Tarcísio de Freitas.
Apesar disso, o PSB ficou com a vaga de vice, e Furlan seguiu na legenda, que atualmente faz parte da base do governo Lula (PT).
A favor de uma eventual candidatura de Furlan, pesa o fato de que, em 2026, serão eleitos dois senadores por estado, o que poderia facilitar uma possível vitória. Além disso, cada partido deverá lançar dois candidatos, o que não impediria, por exemplo, que o presidente estadual do PSB, Márcio França, disputasse novamente o cargo, podendo formar uma chapa com os dois concorrentes. França, que é ministro do Empreendedorismo, já foi candidato ao Senado em 2022, quando liderava as pesquisas eleitorais, mas acabou surpreendido por Márcio Pontes (PL), o "Astronauta", apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O bolsonarismo deve ser o principal obstáculo nas ambições de Furlan pela vaga no Senado. O ex- -presidente Jair Bolsonaro tem o desejo de lançar um candidato no estado – especula-se a candidatura de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL) –, enquanto o governador Tarcísio também pretende lançar um nome. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, tem se destacado como favorito. Além deles, outros nomes da direita, como o ex- -ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL), também têm demonstrado interesse na disputa.
Furlan, portanto, teria que competir contra esse ambiente bolsonarista, enquanto seu próprio grupo político está dividido e contém diversos simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Última tentativa frustrada
A última vez que o nome de Furlan foi cogitado para a disputa ao Senado foi em 2014, quando ele ainda estava no MDB. Na época, uma candidatura começou a ser planejada, com apoio do ex-governador Fleury. No entanto, com o tempo, Furlan decidiu que queria concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e fazer uma dobrada com sua filha, Bruna.
A direção do MDB, porém, não aceitou a mudança de rumo e não concedeu a legenda para que Furlan disputasse o cargo. Na época, ele acusou a cúpula do partido de se "vender" e deixou o MDB rumo ao PSDB, pelo qual foi eleito e reeleito como prefeito em 2016 e 2020.