PSDB nacional adia eleição das convenções e causa divisão na sigla
Eduardo Leite assumiu a presidência nacional do partido e nova executiva cancelou votações
Em mais um capítulo das divisões tucanas, a executiva nacional do PSDB decidiu adiar para o segundo semestre as convenções municipais que seriam realizadas neste mês. A votação em Barueri, por exemplo, seria no próximo domingo (11), mas agora deve ficar para agosto. A decisão causou reclamação de líderes da legenda em meio ao enfraquecimento que a sigla sofreu nos últimos anos.
A mudança ocorreu após o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assumir a presidência nacional. Oficialmente, a direção aponta "a necessidade de fomentar amplo debate político do PSDB em todo Brasil" como motivo para o cancelamento das convenções.
No entanto, lideranças veem como uma tentativa de Leite ganhar tempo e emplacar aliados nos diretórios contra políticos próximos ao ex-governador João Doria (PSDB). As convenções municipais são importantes, pois definem quem toma as principais decisões das legendas em âmbito regional.
Com a decisão os atuais presidentes seguem no comando do partido. Em Barueri, o partido é comandado por Joaldo Macedo Rodrigues, o Magoo (PSDB), secretário de Indústria, Comércio e Trabalho da gestão de Rubens Furlan (PSDB). Procurado nos últimos dias, Magoo não retornou sobre como vê o futuro da sigla.
No PSDB desde 2015, Furlan nos últimos anos esteve mais próximo de Doria e do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), a quem apoiou durante a eleição e agradeceu pela obra do Hospital Regional. Também é próximo do atual presidente estadual da legenda, Marco Vinholi (PSDB), cujo pai foi secretário municipal.
O cenário com a nova executiva nacional ainda é incerto, embora Bruna Furlan (PSDB) seja uma das mais votadas da sigla no estado.
No caso de Santana de Parnaíba, o cenário é ainda mais complicado. A legenda perdeu o diretório municipal, quando o ex-prefeito Elvis Cezar deixou o partido e foi para o PDT, levando consigo diversos aliados como o prefeito Marcos Tonho (PDT) e o deputado estadual Marmo Cezar (PDT).
Após ver a bancada reduzida a 13 deputados, o partido chegou a cogitar uma união com o Podemos, mas as conversas ainda não avançaram.