Sábado, 23 Novembro 2024

Política

Metade dos vereadores estão em partidos da base de Lula

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Metade dos vereadores estão em partidos da base de Lula

Legisladores críticos a Lula estão em siglas aliadas, enquanto janela partidária não chega 

Apesar das críticas a Lula e do apoio a Bolsonaro, Rafa Carvelho parte do União (Foto: DIvulgação)

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O vereador de Barueri, Rafa Carvalho, foi um dos que mais fez críticas à candidatura do presidente Lula (PT) durante as eleições de 2022. Na época, ele apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado pelo petista no segundo turno. Em 2023, o parlamentar manteve o tom crítico na tribuna contra o PT.

Apesar disso, Rafa faz parte do União Brasil, partido que possui três ministros do governo federal e é uma das legendas que faz parte da base aliada do presidente. Ele está longe de ser um caso isolado.

Cada vez mais distantes do que são os próprios partidos, boa parte dos vereadores estão em siglas que fazem parte da aliança do governo federal, mesmo aqueles que não votaram no presidente e que seguem fazendo campanha contra. O contrário também acontece: legisladores que apoiam Lula e estão em legendas rivais.

Desde setembro, Lula nomeou ministros do PP e do Republicanos, partidos que apoiaram Bolsonaro no ano passado. A ideia foi garantir a votação de projetos de interesse do governo, sobretudo na área econômica. Com essas novas adesões, metade dos vereadores de Barueri e de Santana de Parnaíba está em partidos que fazem parte da base aliada do petista. Em Barueri, por exemplo, são 11 parlamentares que estão no PDT (4), União Brasil (3), Republicanos (2), Avante (1) e Solidariedade (1). Em contrapartida, há 10 legisladores em siglas que estão na oposição ao presidente: PL, PSDB/Cidadania, PSC, PTB e PRTB. Nesse caso, chama a atenção Keu Oliveira, do PTB, um dos principais defensores de Lula no parlamento barueriense.

A situação é semelhante em Santana de Parnaíba. Nove dos 17 vereadores fazem parte de legendas que dão apoio a Lula: Avante (2), Podemos (2), PSD (2), União Brasil (1), MDB (1), Republicanos (1). Não necessariamente apoiam o governo. Um dos casos mais emblemáticos é o Avante, com a vereadora Sabrina Colela, que declarou apoio a Bolsonaro em 2022.

Janela em abril

Um dos motivos para esse desenho partidário são as regras eleitorais. Vereadores e deputados têm mais dificuldades para trocar de partido, por conta da legislação que impede a troca - quem sai de um partido no meio do mandato pode perder a vaga por infidelidade partidária. Com isso, a troca só será feita no próximo ano, em abril, quando são permitidas as mudanças para legisladores municipais. Por outro lado, isso não significa que haverá trocas. O contexto municipal costuma ser distante do cenário nacional e envolve mais as alianças locais. Um exemplo é Barueri, onde o prefeito Rubens Furlan foi para o PSB, sigla que também deve abrigar o vice-prefeito Beto Piteri, nome escolhido para disputar a sucessão em 2024.

Vereadores como Allan Miranda já declararam que também querem ir para o PSB, por conveniência, mesmo a legenda sendo uma das principais aliadas de Lula, com nomes como o ministro Flávio Dino e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Allan também é crítico do PT. Ao mesmo tempo, membros do União Brasil podem deixar a sigla, que atualmente tem o ex-prefeito Gil Arantes como presidente. Gil é pré-candidato a prefeito e tem feito oposição a Furlan, ao contrário dos vereadores.

Fidelidade parcial

Apesar de estarem na base de Lula, alguns partidos não apoiam integralmente o presidente. É o caso do Republicanos, sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. Parte da bancada não tem votado a favor de projetos do governo, assim como o União Brasil. 

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