Em busca de ‘sobrevivência’, 70% dos vereadores trocam de partido em Barueri
15 legisladores baruerienses mudaram, apenas sete seguiram nas mesmas legendas
Para receber notificações da comunidade de Alphaville e região, inscreva-se em nossos canais no Telegram e WhatsApp
Concluindo um movimento que começou no ano passado, 15 vereadores de Barueri trocaram de partido na janela partidária, em uma tentativa de garantir a sobrevivência na disputa deste ano pela reeleição. As mudanças representam mais de 70% do legislativo.
As alterações eram esperadas e foram motivadas pelas coligações firmadas pelo grupo do prefeito Rubens Furlan (PSB), que apoia o nome de Beto Piteri (Republicanos), e do ex-prefeito Gil Arantes (União), cuja pré-candidatura vem sendo costurada há mais de dois anos.
Gil conseguiu a adesão de siglas como PRD, PDT, PP, Mobiliza, União Brasil e PL, enquanto o grupo de Furlan manteve PSDB, PSB, Republicanos, Solidariedade, PV, PT e PCdoB. Com isso, legisladores que estavam em algumas siglas, mas apoiavam o rival, tiveram que mudar.
Para além dessa preferência entre os dois grupos políticos, cada parlamentar calculou onde poderia ter mais chances na corrida eleitoral, tendo em vista o coeficiente eleitoral. Trata-se de uma conta complicada, mas que é decisiva na hora da escolha dos parlamentares.
Para eleger um vereador é preciso que o partido inteiro alcance uma determinada votação. Digamos que 8 mil votos. Para eleger dois vereadores, nesse caso, precisariam de 16 mil, para 3, 24 mil e assim por diante.
Nesse sentido, os próprios parlamentares evitam ficar em siglas 'infladas' como muitos vereadores, pois para fazer mais de três cadeiras serão necessários muitos votos.
Isso pode ser visto nas novas composições das bancadas. Enquanto em 2020, o PDT e o PSDB elegeram quatro vereadores cada um, com as novas mudanças as maiores bancadas estão com três: Republicanos e PSB. Nas últimas sessões, os parlamentares davam pistas dessa condição.
O vereador Robertinho Mendonça, por exemplo, enfatizou que ao apoiar Gil Arantes (União) poderia vir como único vereador candidato na sigla, ao lado de pré-candidatos que não possuem mandato. Ele deixou o Solidariedade para ir para o PRD, antigo PTB.
Complicações
Outro que também citou a complicação foi Reinaldo Campos, que deixou o PRD e foi parar no PL. Reinaldo reclamou que enquanto estava no grupo de Furlan não foi informado a ele quais eram os partidos disponíveis, o que sentiu ser uma falta de respeito. A opção foi deixar o grupo e ir para o lado de Gil.
Com isso, pouco ou nada se falou nos programas partidários dessas legendas para as cidades, mas apenas na conveniência.
No grupo de Furlan, os 12 parlamentares que ficaram também tiveram de fazer mudanças. Alguns se filiaram no Solidariedade, caso do vereador Kascata, eleito em 2020 pelo União Brasil. "Um orgulho para mim, sou muito solidário, me identifiquei bastante com o Solidariedade", disse o vereador sobre a sigla que surgiu de movimentos sindicais. Além dele, o vereador Toninho Furlan, presidente da Câmara, também chegou à sigla.
Nessa busca por garantir mais espaço, houve uma fragmentação partidária. Antes havia 10 partidos na Casa, agora são 13, com sete vereadores sendo o único representante da legenda.
PSB e Republicanos crescem, PSDB cai e PDT desaparece
Das legendas que estavam na Câmara de Barueri, quem mais perdeu foi o PDT, que passou a não ter nenhum vereador na Casa, sendo que os pedetistas foram os que mais elegeram parlamentares em 2020, inflados pela maior votação do legislativo de Ornedo. O vereador foi para o Republicanos, sigla que já contava com Wilson Zuffa e terá ainda Rafa Carvalho, se tornando uma das maiores da Casa e que será também a legenda do vice-prefeito Beto Piteri, pré-candidato a prefeito. Outra legenda que passou a ter três vereadores é o PSB, partido para o qual se filiou o prefeito Rubens Furlan (PSB). Estão na legenda socialista Thiago Rodrigues, Doutora Claudia e Levi Janio. Ainda do lado de Furlan, Keu Oliveira foi para o PV. No caso do grupo de Gil, Allan Miranda já havia anunciado a ida ao União Brasil, e o grupo ainda teve Zé de Melo no Mobiliza (antigo PMN), Wilden no PP e Leandrinho Dantas no PSD.