Quinta, 21 Novembro 2024

Política

Elvis terá de driblar histórico frágil do PDT na disputa do Governo de SP

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Elvis terá de driblar histórico frágil do PDT na disputa do Governo de SP

Desde Francisco Rossi, partido não tem candidaturas competitivas ao Palácio dos Bandeirantes 

Prefeito Tonho, ex-gestor Elvis e deputado Cezar se filiaram ao PDT na quinta-feira (31) (Divulgação/PDT)
Um prefeito eleito e reeleito em uma cidade da Grande São Paulo, que saiu bem avaliado pela população e se tornou a aposta do PDT para a disputa do Governo do Estado.

Essa que parece ser a cena com o convite feito ao ex-prefeito de Santana de Parnaíba Elvis Cezar, ex-tucano, não é uma novidade. Foi exatamente a mesma receita de 2018, mas com um fraco resultado na disputa eleitoral pelo partido.

Elvis decidiu aceitar o convite do PDT para disputar o Palácio dos Bandeirantes. O político fará um ato no próximo dia 4, em Santana de Parnaíba, para confirmar seu nome na disputa, em evento que promete a presença do presidenciável Ciro Gomes.

No PDT, terá o desafio de se tornar competitivo em uma sigla que não tem boas eleições para o governo estadual desde os anos 1990.
Há quatro anos, a legenda lançou Marcelo Cândido, político que governou por duas vezes a cidade de Suzano por partidos de esquerda, como PT e PC do B. A decisão de lançá-lo veio de última hora, após a sigla declinar de apoiar Marcio França (PSB) no primeiro turno.

O resultado foi uma candidatura que apareceu pouco e até o dia da votação não havia conseguido a aprovação da Justiça Eleitoral por causa da Lei da Ficha Limpa. No dia da eleição, Cândido apareceu com os votos anulados na apuração.

Antes dele, o PDT teve candidaturas próprias em 1994, 1998 e 2006, mas desde o final dos 1990 não aparece com protagonismo nas disputas do Governo do Estado.

O auge pedetista, coincidentemente, veio com outro nome da região oeste da Grande São Paulo. Em 1994, o ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi fazia parte do PDT quando foi ao segundo turno contra Mario Covas (PSDB). O tucano recebeu 56% dos votos dando início aos 28 anos de PSDB no comando do estado.

Rossi disputaria novamente o cargo em 1998 e era um dos favoritos na disputa. Na reta final, o osasquense teve 2,7 milhões de votos, mas foi superado por Covas, Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT) na primeira rodada de votação. Covas foi reeleito no segundo turno.
Depois desse período, Rossi deixou o PDT, partido que passou a formar alianças na maioria das eleições, sem lançar cabeças de chapa. A exceção foi 2006, quando o radialista e ex-deputado Carlos Apolinário ficou na quinta posição, em uma eleição que obteve 400 mil votos.

Nas disputas de 2010 e 2014, o PDT apostou em firmar parcerias com outras legendas, e indicou dois vices. Em 2014, o PDT fechou uma parceria com Paulo Skaf (MDB) que fez uma dobrada com José Roberto Batochio. Skaf terminou em segundo, mas Geraldo Alckmin levou no primeiro turno.
Quatro anos antes, Coca Ferraz era o vice de Aloisio Mercadante (PT), mas Alckmin também levou na primeira rodada de votação.

Sem presença
Outro desafio para Elvis em uma eventual campanha ao Governo do Estado está na presença do PDT nos principais cargos atualmente do estado. Nas eleições de 2020, a legenda não elegeu nenhum prefeito nas 39 cidades da Grande São Paulo, que atualmente tem o PSDB e o PL como principais partidos.

Na Alesp (Assembleia Legislativa) há atualmente apenas um deputado estadual da legenda, Marcos Nakashima. O cenário, contudo, pode mudar, já que o deputado estadual Cezar, optou por migrar de sigla de olho na reeleição. O prefeito Marcos Tonho também deixou o PSDB pelo PDT. 

Bolsodoria em 2018, Elvis terá de 'superar' apoios passados

Perto do segundo turno em 2018, Elvis Cezar (PSDB) foi enfático no apoio ao atual presidente Jair Bolsonaro e ao governador João Doria. "Agora é João Doria 45, Bolsonaro 17, vamos lá avançar São Paulo, acelera Brasil, obrigado Parnaíba", disse Elvis, em cima de um carro ao lado do pai durante a campanha pelo segundo turno.

A publicação ainda consta nas redes sociais de Marmo Cezar (PSDB), pai de Elvis, e que havia acabado de se eleger deputado estadual. Driblar esse passado de apoio a Bolsonaro e de ser aliado de primeira viagem de Doria será um dos desafios de Elvis, que ao disputar o Governo do Estado será um palanque para Ciro Gomes (PDT), presidenciável que é opositor ao presidente.

Apesar do apoio a Bolsonaro em 2018, o então prefeito não apoiou os discursos negacionistas de Bolsonaro na época da explosão de casos de Covid-19, apesar de ter moderado o tom. "Respeito ao presidente da república, precisamos neste momento de crise respeitar o presidente, por mais que a gente não concorde", afirmou em live de março de 2020, quando anunciou a necessidade de seguir em quarentena. "Mas por outro lado, quero lhes dizer que não concordamos integralmente com que o presidente da república tem falado, nós priorizamos a vida". 

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