Segunda, 20 Mai 2024

Política

Caminho para Rubens Furlan ser sucessor de Doria passa por 2020

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Caminho para Rubens Furlan ser sucessor de Doria passa por 2020

Prefeito de Barueri voltou a falar em querer ser governador do Estado; disputa do próximo ano será decisiva para planos

Tucano teve facilidade para se eleger em 2016 e mantém alianças para chegar ao sexto mandato (Michela Brígida/Folha de Alphaville)

Na última semana, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB), voltou a dar vazão a um antigo desejo: ser governador do Estado. Mandatário do município pela quinta vez e natural candidato à reeleição no ano que vem, o político afirmou que gostaria de ser uma opção para a sucessão de João Doria (PSDB), virtual candidato à presidência em 2022.

Mas qual o caminho para o tucano barueriense tentar a vaga de gestor do Estado mais rico do Brasil? Inicialmente, tudo passa pelas eleições do ano que vem. Em 2020, o PSDB disputará eleições em todas as cidades do Estado e tentará manter o protagonismo estadual, num cenário em que, além do tradicional rival, o PT, terá o PSL do presidente Jair Bolsonaro em busca de vagas nos principais municípios paulistas.

Furlan teve facilidade para se eleger em 2016 e, por enquanto, mantém as principais alianças para chegar ao sexto mandato - não há oposição na Câmara, por exemplo. Terá, evidente, que garantir uma expressiva  votação na cidade e garantir até o ano que vem a conclusão dos projetos do plano de governo.

Fora de Barueri, a eleição para a prefeitura da capital será um divisor de águas importante para os tucanos. Bruno Covas, que pretende disputar a reeleição, tenta unir a sigla em torno de seu nome. No entanto, Doria já sinalizou simpatia por outros políticos que se colocam como eventuais candidatos como a deputada federal Joice Hasselman (PSL). Recentemente, aliados têm observado a presença de Filipe Sabará (Novo), membro da gestão estadual, representando Doria em atos pelo estado. Um deles, inclusive, foi um evento de uma igreja evangélica em Barueri, segundo a Folha de S. Paulo.

A eleição paulistana deve ter a atenção de Furlan. A depender do resultado, Covas pode se cacifar automaticamente para a disputa do Palácio dos Bandeirantes. Se reeleito prefeito de São Paulo, contudo, pode ser pressionado a ficar até o fim e não fazer o mesmo que Doria - deixar a gestão apenas um ano e três meses depois de assumir.

Alianças
A eleição de 2020 também será fundamental para Furlan no sentido das alianças estaduais e regionais. Inicialmente, ele tem bom vínculo com a direção estadual, atualmente presidida por Marco Vinholi, filho do secretário de Governo Geraldo Vinholi. A maioria dos prefeitos disputará a reeleição e ter o apoio dos gestores que fazem parte  do Cioeste (Consórcio Intermunicipal da Região Oeste), ajudaria a influenciar em uma postulação estadual.

Em 2016, Furlan apoiou publicamente o prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos), e de Itapevi, Igor Soares (Podemos), ambos cotados para um novo pleito. O Podemos, por sinal, já sondou no passado o nome de Furlan para a disputa estadual, mas as conversas não avançaram. Ainda na região oeste, Furlan também foi a favor de Rogério Franco (PSD), em Cotia, e Gregório Maglio (MDB), na eleição suplementar de Pirapora do Bom Jesus. Ainda não está claro quais serão os apoios da próxima eleição e qual a posição sobre Carapicuíba, cidade importante por ter 400 mil habitantes, cuja candidatura de Professora Sônia  teve simpatia do barueriense três anos atrás - ela foi derrotada por Marcos Neves (PV).

Além disso, pesa também a aliança com a cidade vizinha de Santana de Parnaíba, onde atualmente Elvis Cezar (PSDB) conclui o segundo mandato. Elvis ainda não anunciou um nome que apoiará no ano que vem e tem buscado se consolidar como uma liderança dentro da sigla. Ele foi reeleito coordenador regional do PSDB.

Eleições
No ano passado, Elvis e Furlan fizeram alianças vitoriosas. O parnaibano apoiou Bruna Furlan (PSDB), reeleita para deputada federal, enquanto Furlan garantiu força para a campanha de Marmo Cezar (PSDB), eleito deputado estadual. Depois da eleição do ano passado, contudo, o clima esfriou entre os aliados, embora nenhum deles fale publicamente em distanciamento.


Por fim, Furlan terá de lidar com outras forças do PSDB que também podem esboçar voos maiores, mas que também dependerão da eleição do próximo ano. Um deles é o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), muito próximo a Doria, além de outros caciques pelo Estado. Ainda no ninho tucano, não se sabe ao certo se o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) se manterá mesmo longe das disputas eleitorais ou se ainda pode ser uma opção, em uma eleição completamente indefinida tanto em âmbito estadual quanto nacional. 


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