Apoio dos governadores 'deu sorte' à maioria dos prefeitos desde 1988
Tarcísio de Freitas tenta repetir desempenho de ex-gestores
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A busca dos políticos da região pelo apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não é por acaso. Nos últimos anos, as disputas pelas prefeituras de Barueri e Santana de Parnaíba resultaram na eleição de candidatos que pertenciam aos mesmos partidos dos governadores ou que contavam com o apoio do chefe do Palácio dos Bandeirantes.
Este ano, o vice-prefeito de Barueri, Beto Piteri, e o ex-prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cezar, se filiaram ao Republicanos, legenda de Tarcísio, justamente em busca dessa adesão estadual nas eleições deste ano. O movimento foi feito mesmo sem contato entre o parnaibano e o pré-candidato barueriense, que são distantes politicamente.
Embora não possa ser considerada o principal fator para as escolhas dos eleitores, ter o aval do governo do estado tem sido importante, em especial durante as quase três décadas de PSDB no governo estadual. Este ano, Tarcísio terá o desafio de mostrar que também é "pé quente".
Quando se leva em conta o histórico desde 1988, época da redemocratização no Brasil, Barueri foi a cidade mais alinhada ao governo do estado, em termos de vitórias prefeitos.
Em nove eleições desde então, em seis delas, a vitória foi de um nome apoiado pelo partido do governador. No caso, o nome que mais ajudou a esse cenário se consolidar foi o prefeito Rubens Furlan (PSB). Em 1988, por exemplo, ele estava no PMDB, partido do então governador Orestes Quercia. Naquela disputa. ele lançou Bel Corrêa, que foi eleito.
Furlan voltou à prefeitura em 1992, também pelo PMDB, sigla que também governava o estado. Nas disputas de 2016 e 2020, o prefeito era do PSDB, partido dos governadores Geraldo Alckmin e João Doria.
Porém, houve três vezes em que Barueri teve resultados desfavoráveis ao partido dos governadores. Duas delas envolveram Gil Arantes (União), ex-prefeito que buscará o quarto mandato este ano.
Em 2012, Gil desbancou Carlos Zicardi, candidato apoiado por Furlan e que tinha o PSDB na coligação. Gil já tinha feito a mesma coisa em 1996, quando o PSDB tinha candidatura própria.
O terceiro exemplo de eleição em que o partido do governador do estado se deu mal, curiosamente, foi o próprio Furlan. Em 2008, o político foi reeleito sem dificuldades, numa disputa em que os tucanos lançaram Frederico Cavalheira.
Parnaíba
No caso de Parnaíba, o histórico de apoio dos governadores fazerem a diferença é mais recente, em especial com a chegada do grupo do ex-prefeito Elvis Cezar (Republicanos) ao poder. Marmo, Elvis e Marcos Tonho foram eleitos pelo PSDB inicialmente, partido que dava as cartas no estado.
Elvis deixou a sigla tucana em 2022, quando decidiu disputar as eleições para o governo do estado pelo PDT. Este ano, ele entrou no Republicanos, garantindo mais uma vez uma aliança com o comando do estado.
Antes desse período, o ex-prefeito Silvinho Peccioli, quando estava no DEM, venceu duas vezes sem o apoio do PSDB, mesma coisa de Benedito Fernandes (PTB), eleito em 2004. Apenas em 2000, Silvinho teve o partido do governador na coligação.
Em 1988 e 1992, os prefeitos Luiz Iwanaga e Aristides também venceram sem adesão dos chefes do executivo estadual.