Sábado, 23 Novembro 2024

Roteiros

Cresce o número de bares onde não se vende bebida alcoólica

People

Cresce o número de bares onde não se vende bebida alcoólica

Sucesso em Nova York e em Londres, será que essa moda pega aqui?

Sucesso em Nova York e em Londres, será que essa moda pega aqui? (Foto: Divulgação)

Um bar sem bebida alcoólica soa como um paradoxo. Mas em cidades como Nova York e Londres, onde os bares costumam funcionar como uma segunda sala de estar para quem mora em apartamentos com pouco espaço, uma opção de vida noturna sem álcool pode atrair uma clientela que, por algum motivo, prefere não beber.

Nos EUA, o termo "não alcoólico" pode ser aplicado a bebidas com 0,5% de álcool por volume ou menos, o que significa que muitas cervejas sem álcool famosas na verdade não são totalmente livres da substância.

Bares que não vendem álcool não são um conceito novo. No fim do século 19, uma série de bares sem álcool, conhecidos como temperance bars ("bares de temperança") foram estabelecidos no Reino Unido, na esteira do movimento de temperança, que pregava a abstinência.

O Temperance Bar de Fitzpatrick, fundado em 1890 em Rawtenstall, ao norte de Manchester, serve ainda hoje cerveja de raiz sem álcool e doses de dandelion and burdock, bebida não alcoólica à base de dente-de-leão e bardana.

Mas a diferença em relação à onda atual de bares sem álcool é que eles não estão enraizados na ideia de abstinência total.

No Getaway, no Brooklyn, a clientela não é formada apenas por pessoas que não bebem, mas por qualquer um que queira se divertir em um ambiente de bar sem o risco de acordar de ressaca no dia seguinte.


Novos tempos?

Essa ideia de que a "bebida deve ser opcional" pode não ser ainda o padrão, mas há indicadores de que os jovens não estão bebendo mais tanto quanto costumavam.

Em 2016, entre os adultos com mais de 16 anos entrevistados pelo Escritório Nacional de Estatísticas, o IBGE britânico, apenas 56,9% haviam bebido na semana anterior, o menor percentual já registrado desde que o órgão começou a fazer a pergunta em 2005.

Em fevereiro, o International Wine and Spirits Record afirmou que 52% dos adultos americanos estavam tentando ou já haviam tentado reduzir o consumo de álcool.

Uma série de artigos sobre tendências recentes sugere que os millennials estão reconsiderando quando e como eles bebem.

As vendas de cerveja estão em declínio nos EUA e, embora isso possa significar que os consumidores estão se voltando para outros tipos de bebida, a indústria do álcool respondeu à crise introduzindo mais opções com baixo teor e sem álcool.

As bebidas não alcoólicas podem se converter em um grande negócio, inclusive em espaços que não são livres de álcool.

Cada vez mais, restaurantes sofisticados incluem opções de bebida sem álcool para acompanhar seus menus, assim como vinhos ou coquetéis.

Newsletter
Não perca nenhuma notícia.

Inscreva-se em nossa newsletter gratuita.


Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.folhadealphaville.com.br/