Segmento dos imóveis comerciais deve reaquecer de forma gradual
Aceleração no ritmo de vacinação dará confiança aos empresários e segmento voltará a crescer, aponta estudo
Segundo análise da Arbo Imóveis, marketplace do mercado imobiliário, referente aos efeitos causados no segmento, no decorrer da pandemia do Covid-19, houve um desaquecimento no interesse por imóveis comerciais, muito por conta do home office imposto pelas restrições sanitárias.
Outro ponto foi o fechamento do comércio que, aliado às demissões, gerou uma busca massiva por renegociações dos contratos de locação de imóveis comerciais. De acordo com o levantamento FipeZap, pequenas e grandes empresas devolveram seus espaços presenciais de trabalho nos últimos 12 meses, e os preços de venda e locação do segmento acumularam quedas de 1,32% e 1,18%, respectivamente.
Apesar dessa debandada nos contratos de locação, estima-se que a recuperação do segmento aconteça antes do esperado, mesmo que aos poucos. Em São Paulo, por exemplo - que entre abril e dezembro de 2020 registrou mais de 302 mil metros quadrados devolvidos -, ocorreu uma ligeira melhora no índice de vacância, no primeiro trimestre de 2021, em relação a imóveis comerciais. Segundo levantamento da AABIC (Associação das administradoras de bens imóveis e condomínios de São Paulo), em março deste ano, o segmento registrou uma desocupação de 27,5%, em comparação aos 38% registrado em dezembro do ano passado, que foi o auge do índice de desocupação deste tipo de locação. Já em março de 2020, o percentual foi de 20%.
"Acreditamos que, com a aceleração do ritmo da vacinação, teremos um aumento da confiança dos empresários e a procura por imóveis comerciais voltará a crescer. Além disso, existe uma demanda reprimida de pessoas que deixaram de alugar por conta da instabilidade econômica. No entanto, esta retomada irá acontecer de forma lenta e gradual", pontua Manoel Gonçalves, CEO da Arbo Imóveis.
"Em relação à renegociação de contrato, os locatários sempre têm uma margem de negociação, então, caso o seu contrato esteja próximo de fazer aniversário, há possibilidade de reajustar para um índice mais favorável para o momento. Uma opção seria trocar o IGP-M pelo IPCA, que está muito abaixo em comparação ao anterior", aconselha Gonçalves.
Lembrando que contratos de locação podem ser adaptados por conta da pandemia para encontrar soluções viáveis entre locador e locatário. Inclusive, a discussão sobre o reajuste do aluguel em 2021 está em alta. O projeto de Lei 1026/21 determina que o reajuste dos contratos de aluguel residencial e comercial não poderá ser maior que a inflação oficial do país, medida pelo (IPCA), a proposta está tramitando na Câmara dos Deputados.