Especialista dá dicas sobre empreendimentos nos Estados Unidos
Indicadores apontam que o setor não sofrerá a mesma crise de 2008
O corretor e especialista no mercado imobiliário dos Estados Unidos, Pablo Farias, que mora na Flórida há 15 anos e atua desde 2006 como empresário no país, sendo mais de dez dedicados ao segmento de compra, locação e venda de imóveis, reforça que o setor não sofrerá a mesma crise de 2008. Ele destacou alguns indicadores sobre essa avaliação. O primeiro deles é o estoque de imóveis residenciais estar baixo. "Mesmo quando os mercados mudam, a demanda do comprador permanece. Caso alguns compradores inicialmente adiem suas compras por medo, a maioria ainda desejará comprar e essa demanda reprimida, se transformará em venda", disse.
Outro ponto são as taxas de hipoteca estarem abaixo de 4% há algum tempo e devem permanecer assim. "Essas baixas taxas incentivarão mais pessoas a comprar, mesmo que sejam dissuadidas pelos medos iniciais causados pelo vírus", opinou. Os empréstimos subprime caíram, trata-se de um tipo de empréstimo residencial concedido a pessoas com baixa pontuação de crédito (geralmente abaixo de 600) que não se qualificariam para hipotecas convencionais. Eles geralmente vêm com taxas de juros e adiantamentos muito mais altos do que as opções convencionais.
Patrimônio
Os proprietários de hoje têm mais patrimônio líquido em suas casas, segundo Pablo. De acordo com um relatório do Federal Reserve chamado Flow of Funds, os americanos possuíam US$ 18,7 trilhões em suas casas, dando a eles uma participação acionária de 64%. Em comparação, esse número foi de apenas 52,7% no primeiro trimestre de 2007. Isso significa que a maioria dos proprietários não terá problemas em manter suas casas durante esses períodos de incerteza.
Outro item mencionado pelo especialista é o fato do governo estar oferecendo uma moratória sobre execuções de hipoteca por 60 dias – que provavelmente será estendida por até 12 meses. O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano anunciou que todos os proprietários de casas unifamiliares com hipotecas, apoiadas pela Administração Federal de Habitação, estariam protegidos de execução de hipoteca ou despejo até meados de maio.
A Agência Federal de Financiamento da Habitação ordenou que suspendessem todas as execuções hipotecárias por "pelo menos 60 dias". O FHFA também ofereceu indenização a proprietários afetados pelo COVID-19, o que lhes permitiu suspender o pagamento da hipoteca por até 12 meses. "Essas medidas devem incutir confiança nos vendedores domésticos, e dar a eles a oportunidade de vender suas casas durante a extensão", analisou.