País não aumentou recurso para educação na pandemia, diz OCDE
O valor aplicado representa 4% do PIB, mesmo percentual de 2020
O Brasil está em um grupo minoritário de países que não aumentou os investimentos em educação durante a pandemia da Covid-19 para reduzir o impacto na aprendizagem e adaptar o sistema de ensino às necessidades surgidas no período.
Os dados são do relatório Education at a Glance 2021, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado recentemente.
Em 2018, antes da pandemia, o gasto público total com educação no Brasil representava 4% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse percentual não sofreu alteração em 2020 ou 2021.
O país faz parte da lista das nações que não destinaram recursos extras para nenhum segmento do sistema de ensino durante a crise sanitária. A maioria dos países pesquisados aumentou o orçamento na área para, por exemplo, contratar mais professores ou construir mais salas de aula.
Para produzir o relatório, a OCDE analisou o investimento em educação de 35 nações que integram a organização e de outros oito países parceiros, como o Brasil. Destes, 2 em cada 3 registraram uma alta no investimento após o começo da pandemia.
Boa parte do crescimento no aporte foi destinado, por exemplo, à contratação de novos professores para:
• serem alocados no lugar daqueles considerados de grupo de risco;
• garantir menor número de alunos nas salas de aula;
• garantir cobertura de reforço escolar onde necessário.
Segundo o documento, 37% países contrataram mais professores que lecionam para os anos iniciais do ensino fundamental e 30% aumentaram o número de professores nos anos finais.
Países como Portugal, Espanha e Nova Zelândia foram citados por destinarem verba para adequar o sistema de ensino ao momento pandêmico, fosse construindo mais salas de aula ou dando suporte tecnológico para manter as aulas remotas.