Lojas procuram e-commerce, mas incerteza adia criação de sites
"As pessoas ainda estão muito inseguras", diz Luiz Duarte, da empresa de desenvolvimento Zafarie
O isolamento social levado a cabo pelos governos estaduais e municipais para combater o novo coronavírus levou muitos comerciantes a investirem no e-commerce como forma de amenizar o impacto do fechamento das lojas físicas. No entanto, os esforços ainda são tímidos - seja por falta de caixa ou pela incerteza sobre a duração da quarentena.
"Nos primeiros dias de quarentena o pessoal acelerado, mas na última semana deu uma caída", diz Anderson Alves Silva, proprietário da AnderDesign, empresa de criação de sites sediada em Alphaville. Segundo ele, foram poucos os novos clientes que fecharam a criação de sites de comércio eletrônico - um aumento, estimada, de apenas 5%. "O que teve muito foi cliente com projeto já começado de e-commerce e que agora foi retomado", conta.
O cenário é semelhante em outra empresa do ramo, também com sede na região. É o que conta Luiz Duarte, proprietário da Zafarie. "As pessoas estão buscando mais, mas muita gente está segurando a grana", diz. "O volume de busca aumentou, mas o fechamento de negócio ainda não foi equivalente, as pessoas ainda estão muito inseguras", afirma.
Além da própria crise, outro fator que contribui para a situação é a visão que os comerciantes em geral têm do e-commerce. "As pessoas querem coisas instantâneas e o timing não bate", diz Duarte.
Procura cresceu
Segundo ele, a procura pela criação de sites de vendas está de 20% a 30% maior, mas os projetos que estão sendo fechados agora são aqueles que já tinham orçamento fechado antes do surgimento do Covid-19. "Tem um tempo de maturação de proposta de 30 a 60 dias. Estamos chegando perto dos 30 dias de quarentena, e agora os clientes estão começando a retornar e querer fechar projetos", avalia.
Para os grandes sites e comércios eletrônicos já estabelecidos, porém, ainda há bons resultados. Segundo a consultoria Ebit/Nielsen, as vendas online tiveram aumento de 18,5% no na primeira semana de abril, na comparação com a semana imediatamente anterior.