Com taxa de juros menores, cheque especial segue sendo “opção ruim”
Economista Newton Carlini explica que mesmo com redução ainda será cobrado 251,82% ao ano de juros
Desde segunda-feira (6), com a entrada em vigor das novas regras do cheque especial, os bancos só podem cobrar juros de até 8% ao mês na modalidade - uma queda significativa em relação à média de 12% mensais aplicada pelas instituições até então. Mas nem tudo são flores: para compensar a redução, o Banco Central autorizou a cobrança de uma taxa mensal de até 0,25% sobre o limite do cheque especial acima de R$ 500,00.
"Precisamos ver o comportamento dos bancos ao longo do tempo quanto às demais cobranças de tarifas e taxas", afirma Carlini. "Além disso, a redução virá acompanhada da cobrança pela disponibilização do crédito para toda a base de clientes, o que pode prejudicar muitos correntistas que não utilizam esses valores", diz.
Mesmo com a redução, no entanto, o cheque especial segue sendo uma "opção ruim", na avaliação de Carlini. "Ainda será cobrado 251,82% ao ano de juros. Para que se tenha uma ideia, a taxa de um empréstimo consignado fica ao redor de 2% ao mês (120% ao ano) e de um crédito pessoal, 4% ao mês (180% ao ano)", diz.
A pergunta que se faz então é: afinal, a redução dos juros compensa para o correntista? Segundo Newton Carlini, economista da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, a resposta é: sim, compensa.
"A redução seria algo maior que 4 pontos percentuais (considerando os juros atuais do cheque especial de 12% ao mês), contra 0,25 pontos percentuais de tarifa", explica o planejador financeiro, que faz uma ressalva.
"A redução seria algo maior que 4 pontos percentuais (considerando os juros atuais do cheque especial de 12% ao mês), contra 0,25 pontos percentuais de tarifa", explica o planejador financeiro, que faz uma ressalva.
"Precisamos ver o comportamento dos bancos ao longo do tempo quanto às demais cobranças de tarifas e taxas", afirma Carlini. "Além disso, a redução virá acompanhada da cobrança pela disponibilização do crédito para toda a base de clientes, o que pode prejudicar muitos correntistas que não utilizam esses valores", diz.
Mesmo com a redução, no entanto, o cheque especial segue sendo uma "opção ruim", na avaliação de Carlini. "Ainda será cobrado 251,82% ao ano de juros. Para que se tenha uma ideia, a taxa de um empréstimo consignado fica ao redor de 2% ao mês (120% ao ano) e de um crédito pessoal, 4% ao mês (180% ao ano)", diz.
Considerado um recurso emergencial para a hora do aperto, o cheque especial, prossegue o planejador financeiro, deve ser utilizado em "situações de emergência", para pagamento de contas com multas altas, de 5% a 10% do valor total, ou para que o correntista não perca um bem.
"E sempre considerando o pagamento em alguns dias, de forma a utilizar a carência que muitos bancos dão. Agora se não há previsão de pagamento dentro de um prazo curto entre 5 e 10 dias, é melhor não utilizar, se for possível", afirma.
Alternativas
Para quem precisa de crédito e não quer utilizar o cheque especial, o planejador financeiro recomenda, além do crédito consignado, duas opções de fácil acesso: o crédito pessoal, com juros de cerca de 4% ao mês, e o empréstimo com garantia real, para proprietários de imóveis não onerados, com taxas de aproximadamente 0,8% ao mês e prazos mais longos de pagamento.
Alternativas
Para quem precisa de crédito e não quer utilizar o cheque especial, o planejador financeiro recomenda, além do crédito consignado, duas opções de fácil acesso: o crédito pessoal, com juros de cerca de 4% ao mês, e o empréstimo com garantia real, para proprietários de imóveis não onerados, com taxas de aproximadamente 0,8% ao mês e prazos mais longos de pagamento.
Independente da escolha, o importante, diz Carlini, é que todo empréstimo seja tomado com planejamento. "Qualquer crédito pode virar uma bola de neve muito rapidamente", finaliza.