Teto de gastos impõe campanhas mais baratas na região
Cinco deputados ultrapassaram em 2014 o limite deste ano
Com a previsão de um limite de gastos em R$ 2,5 milhões para candidatos a deputado federal e R$ 1 milhão para o posto de deputado estadual, políticos da região oeste que venceram a disputa na última eleição devem ter que economizar na tentativa de se reeleger neste ano.
Entre os sete cotados para buscar mais um mandato na Câmara e na Assembleia Legislativa, cinco ultrapassaram estes valores em 2014. O limite foi divulgado pela Justiça Eleitoral.
Além disso, os eventuais concorrentes terão de driblar o fato de não ser permitida a doação de empresas na disputa eleitoral. É a primeira vez que isso ocorre em uma eleição federal e para os cargos de deputados. No último pleito, 60% dos recursos gastos na eleição da região vieram de pessoas jurídicas.
Um exemplo da mudança é a deputada Bruna Furlan (PSDB) reeleita em 2014 com despesas de R$ 2,7 milhões, quando recebeu 178 mil votos. A tucana, que também cogita o Senado, minimizou o peso da mudança e disse que a quantia estabelecida de R$ 2,5 mi é um valor justo, tendo em vista também a redução no tempo de campanha, que será de 45 dias.
"É um limite razoável, a legislação mudou, isso era uma vontade, uma reivindicação da sociedade, diminuiu o tempo do período de campanha, o que faz com que o valor o custo diminua anotambém", afirmou a parlamentar. "É uma consequência da vontade da sociedade, a sociedade faz um gesto e o parlamento se manifesta".
Além do parlamento, houve também o julgamento de uma ação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que determinou ser inconstitucional a doação de pessoas jurídicas, principal fonte de rendimento dos candidatos para a disputa. Em 2016, já houve uma campanha eleitoral sem essa transferência.
Bruna alega que essas mudanças não terão impacto, por conta de sua atuação em Brasília. "Não preocupa não, esse mandato atuei de uma maneira muito significativa no parlamento". Ela citou o fato de ter comandado quatro comissões como a de Relações Exteriores e A5Defesa Nacional.
Outro deputado federal da região, Valmir Prascidelli (PT) teve gastos de R$ 2,1 milhões em 2014, abaixo do novo limite.
Estaduais
Dos cinco deputados estaduais que podem buscar a reeleição, quatro deles tiveram gastos acima de R$ 1 milhão, conforme estabelecido pela nova legislação. Eleito com mais de 100 mil votos, Gil Lancaster (DEM) teve despesas de R$ 1,6 milhão.
Ele foi seguido pelo osasquense Marcos Martins (PT), com gastos que também ultrapassaram a marca de R$ 1,6 milhão. O petista, contudo, deve abrir espaço na legenda para a candidatura do ex-prefeito Emidio de Souza.
O itapeviense João Caramez (PSDB) não se elegeu em 2014, mas assumiu após ter ficado como primeiro suplente. Sua campanha teve gastos acima de R$ 1,3 milhão. O cotiano Marcio Camargo (PSC) ficou com gastos de R$ 1,1 mi.