Sabesp nega e diz que água na região não é imprópria para uso
Segundo levantamento da ONG Repórter Brasil, entre os anos de 2018 e 2020, a água que saia das torneiras em Barueri e Santana de Parnaíba estava contaminada com duas substâncias que geram riscos à saúde: ácidos haloacéticos total e Trihalometanos Total.
Esses elementos são classificados como possivelmente cancerígeno para humanos pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde.
À reportagem, a Sabesp explicou que, diferentemente do informado pela ONG, a água fornecida pela companhia nos municípios não é imprópria e cumpre a legislação para potabilidade.
"Quando anomalias são constatadas, são tomadas as providências necessárias visando a regularização da situação. Conforme a legislação, o padrão de potabilidade deve ser avaliado levando-se em conta seu histórico completo. Os dados apresentados no Mapa da Água mostram resultados pontuais, sem considerar o histórico de medições. Essas medições apontam conformidade com os padrões de potabilidade e garantem a qualidade da água fornecida", destacou.
Especialista
Segundo José Luiz Mucci, professor livre-docente do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da USP, o Trihalometano se forma quando o metano reage com o cloro, muito usado para a desinfecção da água.
"A formação do Trihalometano tem muito mais a ver com a natureza geológica do solo, pela qual a água está passando. Nessas situações, antes de distribuir a água, ela deve passar por uma coluna de carvão ativado, que ajuda a retirar eventual presença de gosto ou odor e também um pouco dessa substância", apontou.