Moradores de Alphaville relatam falta de água
Com a chegada do período de estiagem, pode ocorrer desabastecimento
Uma enquete feita nas redes sociais da Folha de Alphaville, nesta quarta-feira (2/3), revelou que nas casas de 37% dos moradores de Alphaville que responderam faltou água recentemente. A grande maioria revelou que o desabastecimento durou menos de 24 horas (68), seguido por aqueles que disseram que ficaram mais de 24 horas sem o recurso (37).
Além disso, moradores avaliaram o serviço prestado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) como regular (94), seguido por ruim (58). A enquete contou com a participação de mais de 300 pessoas.
Para o Pedro Luiz Côrtes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, o que pode ter ocasionado episódios de falta de água nesses últimos tempos é que a Sabesp tem reduzido a pressão na rede em vários bairros e em várias localidades, ampliando também o horário dessa ação.
"O que ela fez, desde o ano passado, foi ampliar a quantidade de bairros e o horário dessa ação, aí muitas pessoas começaram a relatar problemas de abastecimento, pois ficavam sem água no começo da noite e demorava para voltar.
Segundo a Sabesp, isso é para evitar as perdas na rede de distribuição por causa dos vazamentos, mas eu acredito que seja por conta da situação dos mananciais", apontou.
Segundo o especialista, com a chegada das estações mais secas do ano e mananciais com queda de volume de água, como o Cantareira, que nesta quinta-feira (3) estava em 43%, a população pode enfrentar um cenário de desabastecimento de água nos próximos meses.
"O ideal é que o sistema Cantareira, por exemplo, chegasse, ao fim do verão, com volume em torno de 60%. Mas não é isso que está prognosticado. Com esse cenário, podemos sim ter dificuldade com o abastecimento nas próximas estações, porque essa redução de chuvas que começou agora em fevereiro, vai continuar não só durante o restante do verão, mas também no outono, no inverno e ela chega no início do segundo semestre pelo menos.
A Sabesp foi questionada pela reportagem sobre projetos para melhorar o abastecimento na região, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Ações
Ainda de acordo com Côrtes, a Sabesp deveria reforçar aos consumidores essa situação de pouca tranquilidade dos reservatórios atualmente.
"Já a população não tem muita alternativa a não ser economizar, tentando manter os níveis dos reservatórios minimamente adequada, pois sabemos quanto isso custa socialmente, na economia e quais os impactos para todas as pessoas com a falta de água", declarou o professor.