Mulheres têm melhor formação e ganham menos, aponta IBGE
Presença feminina é maior entre quem tem ensino superior, mas diferenças salariais não foram superadas
Mesmo em número maior entre as pessoas com ensino superior completo, as mulheres ainda enfrentam desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens. A conclusão está na pesquisa Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Tomando por base a população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5%, e os homens, 20,7%.
O IBGE reuniu informações de três pesquisas no levantamento: Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), Pnad Continua e PNS (Pesquisa Nacional de Saúde).
Em relação ao rendimento médio mensal de todos os trabalhos e razão de rendimentos, por sexo, entre 2012 e 2016, as mulheres ganham, em média, 75% do que os homens ganham. Isso significa que as mulheres têm rendimento médio de R$ 1.764, enquanto os homens, R$ 2.306.
"Deveriam estar ganhando mais, porque a principal variável que explica o salário é educação. Você não só não tem um salário médio por hora maior, como na verdade essa proporção é menor", avalia a economista Betina Fresneda, analista da Gerência de Indicadores Sociais do IBGE.
Diferenças
No tópico da educação, o estudo procurou ressaltar também que entre as mulheres, as desigualdades são marcantes. As mulheres brancas alcançam superior completo em proporção duas vezes maior que as pretas ou pardas. "Então, existe um efeito também da cor da pessoa na chance de concluir o ensino superior", destacou a economista.