Moradoras de Alphaville, as empresárias Eleonora Azzuz e Thaise Giacomin decidiram abrir o próprio negócio, baseado em uma necessidade que acompanhavam em sua rede de contatos no bairro: a qualificação dos empregados domésticos.

Foi assim que surgiu o Casa Coach, empresa que oferece um treinamento de qualificação e uma análise comportamental para os funcionários dessas residências.

Eleonora é psicóloga e trabalhou durante 15 anos em departamentos de RH, justamente na área de avaliação e treinamento. Thaise é advogada e também estava no mundo corporativo antes de apostar na iniciativa.

"A minha sócia trabalhou muito tempo em escritório e eu também vim do mundo corporativo. Essa mudança veio pelo desejo de conseguir conciliar o trabalho, realização pessoal e notasrápidasfinanceira com a vida familiar", ressalta.

O grupo oferece desde o treinamento de limpeza, explicação sobre a alimentação, até uma avaliação comportamental, com módulos para empregada doméstica, diarista, babá, cuidadores de idosos e motoristas. A procura tem sido maior para babás e empregadas domésticas.

Apesar de um período de instabilidade econômica que ainda persistia no país, Eleonora afirma que decidiram apostar no Casa Coach também com objetivo de auxiliar a comunidade. "A gente não deixou de olhar para a crise que o país passava e as dificuldades que todos nós atravessamos, mas achamos que nosso trabalho podia ajudar as famílias e as empregadas domésticas", afirma Eleonora.

No final da avaliação, as empregadas recebem um certificado. "Estamos num período que ainda é difícil, a gente tem consciência, mas também pensamos na situação das empregadas. S elas não recebem a capacitação acabam não conseguindo desenvolver trabalhos dignos".

O treinamento é feito na casa do cliente, para se adaptar à rotina, enquanto o comportamental pode ser realizado no escritório da empresa. As sócias montaram um site para divulgar as ações (casacoach.com.br).

Relação
Um dos pontos trabalhados é a relação entre patrão-empregado. Elas enfatizam a postura profissional e de respeito necessária. Por outro lado, cada cliente tem um modo de conduta e a ideia é alinhar esse treinamento à cada situação.

"O que a gente fala é que a relação tem que ser profissional e não quer dizer que tem que ter distanciamento", comenta Eleonora. Ela cita um exemplo de uma funcionária que trabalhou a vida inteira em uma casa, mas tem ficado muito tempo no celular no horário de expediente.

"A gente vai junto fazer um treinamento comportamental, mas com todo o cuidado. Você falar que está errado para ela não é desrespeitoso. A gente ensina que não dá para ter uma intimidade em excesso".