“Lá atrás, demos uma vocação para Barueri”, diz Furlan sobre desenvolvimento do município
Dos 70 anos da cidade, prefeito Rubens Furlan está há 20 à frente do Executivo
Barueri é o 5º município com maior contribuição no Produto Interno Bruto - PIB do Estado, em 2016; 14º do país. A evolução do Imposto sobre Serviços (ISS) arrecadado na cidade de 2013 para 2018, segundo a prefeitura, foi registrada em R$ 655 milhões no ano de 2013, ante R$ 1,2 bilhão em 2018.
Com números que fazem inveja a qualquer gestor, o prefeito Rubens Furlan (PSDB) não tem receio de dizer que ajudou a dar a vocação do município e a dar a ele o direcionamento do desenvolvimento, que o fez chegar até aqui. "Isso tudo passou pela minha mão, passou tudo pela minha cabeça, pela minha juventude, pelo meu entusiasmo, foi isso", resume.
Em seu 5º mandato, Furlan, que dos 70 anos da história da cidade, está há 20 à frente do Executivo, disse que a trajetória do município se confunde com a sua própria. "No primeiro mandato, eu era muito jovem, levava tudo no peito. Eu fazia reuniões três vezes por semana, durante o dia, além de outras, à noite, tinha 28 anos. Se tinha enchente eu ia lá, depois tinha que tomar remédio e injeção para não ter problemas de saúde. Eu ia para a obra quando ela começava, durante e no término. Hoje, a gente tem mais experiência e consegue fazer ainda melhor. Toda vez que eu estive aqui nessa cadeira, Barueri foi governada pelo entusiasmo do Furlan, muito mais do que pelo Furlan", avaliou.
Ele disse que o município passou por momentos cruciais. "Houve períodos que a gente teve de que correr atrás da receita, como em 1983, quando fui até o governador Franco Montoro pedir que ele nos emprestasse um equipamento para desassorear os rios, após uma grande enchente. O governo não tinha nada a nos oferecer. Os comerciantes que tinham que se cotizar para comprar uma viatura, por exemplo. A cidade era muito pobre", relembra.
Foi nesse momento, que Furlan disse ter feito uma reflexão que mudou a história da cidade. "Eu me conscientizei que a gente devia desenvolver o município para que ele tivesse uma vocação, tínhamos estrutura, Alphaville estava bem adiantado, mas nada acontecia", diz Furlan. Ele estava em seu primeiro mandato (1983 – 1988), quando baixou a alíquota do ISS (Imposto de Serviços), que era de 5%, para 0,5%, e pouco tempo depois, para -0,25%. "Implementamos uma política de fortes incentivos fiscais para atrair novas empresas, fomos atrás do BCN, Leasing, Seguro, dizíamos que daríamos toda a estrutura para que elas se instalassem aqui, e quando chegavam, estendíamos o tapete vermelho", comenta.
"Quando os recursos dos cofres públicos se ampliavam, a gestão investia em mais estrutura. E conforme ia entrando recursos, a gente ampliava essa estrutura. Todas os municípios na região tinham vocação para cidade dormitório, mas nós construímos uma história diferente. Uma cidade que produz, que gera emprego, que tem uma receita forte. Tem gente que fala o Furlan governa assim, qualquer um governa. Vamos trazer outro que governa melhor que ele? Tivemos uma experiência e não deu certo. Talvez porque não tinha entusiasmo que eu tenho por Barueri", avalia.
Sobre o futuro
Com fôlego, o prefeito Rubens Furlan já antecipou que deve disputar a reeleição em 2020, mas depois disso diz que encerra a carreira na política. "Termino esse mandato com 68 anos, e se Deus permitir, começo outro com 69, devo encerrá-lo com 72. Minha mulher sempre me fala: quando é que a gente vai viver um pouco? Eu ainda tenho coisas a realizar, vou fazer Barueri avançar ainda mais", afirma.
Sobre ver os filhos à frente do Executivo, no futuro, Furlan disse que não incentiva. "Eles veem como pai sofre, precisa ver se eles vão desejar isso. Eu abri mão da minha juventude para lutar pelas causas do município, então, eu não entusiasmo nenhum deles, mas se desejarem, que Deus abençõe. Se tiverem que vir, que venham para servir, não para serem servidos", finaliza.