Estado de São Paulo é o maior produtor de flores do Brasil
Região representa 67% de toda a produção floricultora do país, com Holambra na ponta
Hoje considerada a capital brasileira das flores, a cidade de Holambra (134 km de São Paulo) era uma imensa fazenda de holandeses até os anos 1980, quando o crescimento dos habitantes e da estrutura urbana deram início aos primeiros movimentos de emancipação de Jaguariúna. Hoje, a cidade lidera o circuito das flores do interior paulista, que tem 20 municípios, incluindo Campinas e Atibaia – juntas, produzem 60% das flores brasileiras.
São Paulo, porém, é o estado que mais consome o produto: 40% das 285 milhões de hastes colhidas no Brasil circulam pela região, e só a capital fica com 25% desse montante. Números do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) mostram que 67% de tudo o que o Brasil exporta em relação a flores sai do estado de São Paulo – é como dizer que seis em cada dez lojas de flores no país têm hastes paulistas, e que quase a totalidade do serviço de floricultura em SP possui fornecimento e consumo próprio.
A Hórtica Consultoria diz que o mercado de flores e plantas ornamentais mobilizou um total de R$ 6,5 bilhões em 2016 – um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. As flores cortadas no Brasil representam 29% do mercado mundial. Só em relação às rosas – uma das flores mais produzidas e vendidas em território nacional –, a produção brasileira é responsável por 30% de todo o comércio global.
Há dois anos, a cidade de São Paulo também era a que consumia mais rosas vermelhas, segundo dados da Isabela Flores. Em 2017, eram vendidas mil hastes da flor por mês na metrópole, superando o Rio de Janeiro e Brasília. "Dar rosas é uma característica brasileira. Elas sempre estão entre os quatro produtos mais vendidos no país, sejam buquês pequenos ou alguns maiores com caixas de bombons", explicou o diretor de marketing da Isabela Flores, Lucas Buffo.
O mercado de flores de Holambra, no entanto, passa por um processo de rotação: antes exportadora, a cidade agora tem visto o consumo interno dar conta de um déficit que, em julho do ano passado, chegou a 90%. Segundo dados disponíveis no Eurostat, escritório europeu de estatística, a União Europeia gastou € 624 milhões (R$ 2,8 bilhões) em importação de rosas produzidas fora do bloco, enquanto exportou € 62 milhões (R$ 281 milhões) durante 2017.
A metade delas chegou ao Quênia (51%), seguido pela Etiópia (20%). A fatia de 29% que sobra é dividida entre países como Equador, Colômbia e Uganda. Porém, a média de consumo cresceu até 15% em regiões como São Paulo, enquanto a média nacional foi de 8% nas vendas.