Deputados terão de buscar novas fontes de recursos para campanhas
Em 2014, 60% da arrecadação vieram de empresas, proibidas de doar neste ano
Se a eleição de 2014 fosse realizada com as regras atuais, os deputados estaduais e federais eleitos na região oeste da Grande São Paulo teriam de dar um jeito de conseguir 60% dos R$ 11 milhões gastos com a campanha eleitoral.
O motivo é o fato de o principal financiador das eleições no Brasil ter sido tirado de cena: as empresas. As doações empresariais representaram R$ 7,1 milhões para os políticos que foram eleitos e têm origem nas cidades de Barueri, Cotia, Itapevi, Osasco e Carapicuíba. Na eleição deste ano, as novas regras irão impor ainda um gasto menor do que na eleição de 2014.
Na época, a campanha da deputada federal Bruna Furlan (PSDB), por exemplo, teve 82% dos R$ 2,7 milhões arrecadados com origem na iniciativa privada. Esse patamar foi parecido com o do deputado estadual João Caramez (PSDB), de Itapevi, com R$ 1,1 milhão vindo de doações empresariais, 81% dos R$ 1,3 mi arrecadados.
Também tiveram forte repasse das empresas a campanha do deputado estadual Marcos Martins (PT), com 66% dos R$ 1,4 milhões desembolsados no pleito. Em Cotia, Márcio Camargo (PSC) teve 59% dos custos bancados pela iniciativa privada. No caso de Gil Lancaster (DEM), o percentual de apoio de pessoas jurídicas ficou em 54,6%.
Antes das eleições municipais de 2016, uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) julgou inconstitucional esse tipo de repasse, o que reconfigurou o financiamento. Neste ano, o cenário irá se repetir, o que deve estimular o autofinanciamento. Os candidatos podem gastar do próprio bolso até o limite estabelecido pela Justiça Eleitoral.