Apesar da classificação de perigo em relatório, barragem de Pirapora não corre risco de romper, afirma EMAE
Levantamento da ANA foi feito com dados de 2017, enquanto última avaliação da Aneel refere-se a setembro de 2018
O rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, na sexta-feira 25/1, acendeu alerta para a fiscalização da estrutura das demais barragens de todo o país. Apesar de ter sido listada como uma entre as 45 barragens com risco de rompimento no país, no último relatório da Agência Nacional das Águas (ANA), a barragem Pirapora, localizada na cidade de Pirapora do Bom Jesus, não apresenta riscos estruturais e opera com licença regular, de acordo com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável pelo empreendimento.
O relatório da ANA foi divulgado no fim do ano passado e possui dados de 2017. Porém, de acordo com a Emae, em setembro de 2018, a barragem Pirapora foi fiscalizada, presencialmente, pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), que tem convênio com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pelas barragens com finalidade de geração de energia elétrica (hidrelétrica) em todo o país, onde foram constatados os cumprimentos das normas de segurança exigidas.
Segundo a Emae, a barragem conta também com operadores em regime de trabalho interrupto. "A estrutura tem plano de segurança, com manutenções, inspeção regular de segurança, leitura de instrumentação e análise dos dados", esclareceu a empresa em nota.
No relatório da ANA, a barragem possuía médio risco de rompimento, com alto potencial de dano causador. Além dessa barragem, o município conta também com a estrutura de Rasgão, que tem baixo risco de romper e outra barragem sem nível de classificação definido.
Questionada também sobre a situação na barragem de Santana de Parnaíba, Edgard de Souza, a Emae afirmou que o local também não apresenta nenhum tipo de risco estrutural, operando dentro das normas de legislação vigente.
Vistorias
Na quarta-feira (30/1), a Aneel anunciou que irá fazer uma força-tarefa para fiscalizar 130 barragens que não receberam vistorias entre os anos de 2016 e 2018, sendo que 96 são somente no Estado de São Paulo.
A barragem de Pirapora é enquadrada pelo órgão como um dos locais de maior risco, junto com a barragem de Americana. "A ANEEL faz um acompanhamento intensivo destes dois empreendimentos. Os agentes responsáveis têm realizado obras de reforço e melhoria das estruturas de barramento, como resultado da fiscalização", disse a agência.
Região possui 39 barragens, aponta levantamento
Somadas as barragens das sete, entre as dez cidades que fazem parte do Consórcio Intermunicipal da Região Metropolitana Oeste do Estado de São Paulo-Cioeste, junto ao levantamento do ANA, foi constatada 39 nos municípios. Barueri apresenta sete, Cotia 14, Itapevi sete, Jandira uma, Osasco cinco, Pirapora do Bom Jesus três e Santana de Parnaíba duas. A maioria das estruturas dos municípios não têm classificação de risco definida pelo estudo.