Quinta, 31 Outubro 2024

Caderno A

Lição de cidadania

Caderno A

Lição de cidadania

Com 16 anos, a estudante Beatriz Gau, da Escola Castanheiras, se engaja em projeto e mostra compromisso com o próximo 

Beatriz Gau, aluna do Castanheiras, alfabetizou Celson Martins (Divulgação/Escola Castanheiras)

Beatriz Gau, de 16 anos, aluna do 2o ano do Ensino Médio da Escola Castanheiras, de Santana de Panraíba, se engajou em um programa de apoio à alfabetização da instituição e diz que "mais aprende do que ensina" com a iniciativa. "É incrível a sensação de compartilhar e ver um adulto evoluindo, sei que eles vão muito longe", comenta a adolescente.

Em agosto do ano passado, a estudante começou a dar três aulas semanais para dois adultos, um deles Celson Martins Filho, de 48 anos, auxiliar da limpeza da escola, que aos poucos retomou o contato com a escrita e a leitura.

No início, ela diz ter vivido algumas surpresas. "Eles entendiam a lógica dos fonemas e conseguiam formar sílabas, mas não corretamente. Então, para ensiná-los, eu primeiro tive que aprender a lógica deles", conta a estudante.

O interesse de Bia por ensinar e aprender começou cedo. "Eu sempre ajudei meus colegas com aulas de reforço de matemática e inglês, mas ensinar alguém a ler e a escrever é muito desafiador. Porque eu não lembro como eu aprendi", disse.

Uma das atividades foi o aprendizado da escrita expressões da cidade de Maravilha, em Alagoas, onde Celson nasceu. "Em um mês trabalhamos com parlendas e com a leitura de livros infantis que os funcionários puderam ler para os netos", contou Beatriz. A aluna também relatou que, na própria Escola Castanheiras, já havia participado de outros projetos, como visitas a Casa de Idosos e entidade de crianças carentes.

Celson, o aluno, conta que no começo era um pouco desconfiado de um eventual processo de alfabetização. "Eu pensava no ditado de que, 'em cavalo velho não nasce mais dente'". Mas hoje se diz satisfeito com o aprendizado e é categórico ao afirmar que, "mesmo que saia da empresa, não deixará de frequentar a escola".

Futuro
Nas horas vagas, Bia se divide entre a leitura e jogos de vôlei. "Sou muito competitiva", brinca. Enquanto isso, vai avaliando o futuro a seguir. "Eu já pensei em Medicina e Direito, mas ainda não escolhi minha carreira", diz. 

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