Domingo, 24 Novembro 2024

Caderno A

10 clássicos para atrair crianças e adolescentes na literatura

Caderno A

10 clássicos para atrair crianças e adolescentes na literatura

Clássicos do infanto-juvenil podem despertar o interesse nas crianças 

A literatura é parte importante para o desenvolvimento da criança e do adolescente. (Foto: Maël BALLAND no Pexels)

Cada dia mais as crianças estão se distanciando dos livros, deixando de lado o estímulo à criatividade para ficar horas na frente do celular ou do video game.

É fato que uma parte da produção literária não contribui para despertar a curiosidade das crianças, focando apenas no lucro e em explorar personagens que estejam na moda. Mas há toda uma vastidão de livros infanto-juvenil que pode e deve ser desbravada.

Pensando nisso, listamos 10 obras clássicas que atraem um público de todas as idades e que podem iniciar o adolescente na literatura.

1- Os Meninos da Rua Paulo, de Ferenc Molnár

O húngaro Ferenc Molnár escreveu um dos mais belos livros juvenis (que todo adulto lê com prazer). Paulo Rónai, húngaro que veio para o Brasil fugindo do nazismo, é o exímio tradutor desta obra-prima. Brigas de meninos, nas ruas de Budapeste, no século 19, poderiam render uma reportagem de jornal. Nas mãos de Ferenc Molnár resultaram num romance delicioso, escrito com graça e grande compreensão do universo dos garotos.

2- Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos

O romance "Meu Pé de Laranja Lima" não deixa de ser piegas e, em alguns momentos, até primário. A exploração do sentimentalismo ganharia se incluísse, de modo mais incisivo, o humor, o riso (o mundo infantil raramente é tão lamentoso). Mas uma coisa é certa: José Mauro de Vasconcelos sabe comover crianças, pelo menos as do meu tempo de menino (entre as décadas de 1960 e 1970). A história do menino e do Portuga tem um quê de Mark Twain? Um quê, no caso, significa uns 20%.

3 - O Pequeno Nicolau, de Sempé-Goscinny

Com ilustrações de Jean-Jacques Sempé, o livrinho aparentemente despretensioso escrito pelo francês René Goscinny, criador de Asterix, que viveu em Buenos Aires durante a infância e parte da juventude, narra em primeira pessoa as aventuras do menino Nicolau. Contando suas experiências na escola, em casa com os pais e com os amigos, Nicolau diverte e ao mesmo tempo apresenta uma narrativa de como uma criança percebe o mundo ao seu redor. Para os interessados pela língua francesa, vale a pena ler o livro no original. A prosa da obra é fluente, precisa e acessível.

4- 20 Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne

Um dos criadores da ficção científica, Júlio (Jules) Verne é uma espécie de Nostradamus da literatura e, mesmo, da ciência. Invenções às quais não teve acesso, pois morreu em 1905, foram anunciadas em seus livros. Prisioneiro do capitão Nemo, o professor Aronnax e Ned Land vivem a bordo do submarino Náutilus. Sem o didatismo de alguns autores, privilegiando a imaginação, a sua e a dos leitores, Verne mostra a riqueza do mundo marinho.

5- O Jardim Secreto, de Frances Rodgson Burnett

O romance "O Jardim Secreto", de Frances Rodgson Burnett, é sobre o encontro entre uma menina e um menino, sobretudo é uma celebração da amizade entre dois seres e a descoberta, por assim dizer, do mundo. O garoto vive numa cama, mais morto do que vivo, até a chegada de uma menina esperta que injeta vida em seu ser e o retira do quarto. Juntos, descobrem um jardim secreto e uma história, que, como o belo jardim, não pode mas é devassada.

6- As Aventuras de Robin Hood, de Alexandre Dumas

Robin Hood é um clássico da literatura universal (poucas pessoas não sabem quem é). As histórias estabelecidas por Alexandre Dumas são as mais bem cuidadas e são ambientadas nos séculos 12 e 13, sob o reinado de Ricardo Coração de Leão. O criminoso que rouba dos ricos para doar aos pobres é admirador do rei Ricardo e batalha para que volte ao trono. Nas matas de Sherwood e Barnsdale, Robin Hood e seus aliados, como João Pequeno, lutam contra o xerife de Nottingham e os soldados do rei usurpador. Há também a bela Lady Marian, paixão de Robin Hood, e o frei Tuck, seu aliado.

7- Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas

Uma das graças do livro do escritor francês Alexandre Dumas é saber que os três mosqueteiros são, na verdade, quatro — Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan. O romance de capa e espada se tornou universal. Os quatro heróis permanecem encantando os leitores. Não só. A história, levada ao cinema, encanta os espectadores.

8 - O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry

Há um preconceito intelectual contra este belo livro, sobretudo no Brasil. Crianças e adolescentes (se não tiverem absorvido a ranzinzice dos adultos) podem lê-lo com proveito. As mensagens podem soar piegas, num mundo feito de racionalismo consumista e sempre apressado, mas a história, com suas frases (dizem que moralistas), é bonita. Vale ler a tradução, mais madura e precisa, de Ferreira Gullar. O livro, na pena de um dos maiores poetas brasileiros, ficou mais adulto.

9 - Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato

O Brasil está cada vez mais urbano, com espaço cada vez menor para a área rural. Crianças, adolescentes e mesmo adultos sabem cada vez menos sobre assuntos que tenham a ver com o campo. O belo "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato, se torna, portanto, mais interessante do que nunca. Porque põe seus leitores em contato com a natureza, com um garoto que inventa coisas para se divertir. Hoje, tirar uma criança das teclas de computadores e smartphones não é fácil. Monteiro Lobato, com sua rica imaginação, às vezes pecando por certo didatismo, provavelmente ainda consegue encantar as crianças e, até, os adolescentes.

10 - O Estribo de Prata, de Graciliano Ramos

"Vidas Secas" é, claro, um romance adulto. Mas a história de Fabiano e da cachorra Baleia pode ser lida com proveito por jovens perceptivos. "O Estribo de Prata" é, ao contrário, um livro mesmo para garotos. Trata-se de um causo contado por Alexandre, um misto de caçador e vaqueiro. Simples, direto e muito bem escrito. Menos seco que a prosa tradicional de Graciliano Ramos. Há, por assim dizer, um pouco mais de emoção. 

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