Pandemia gera apreensão sobre calendário para eleições municipais
"Não é interessante para o Congresso adiar", diz vereador Fabião (PSDB), presidente da Câmara de Barueri
O stand-by generalizado causado pela pandemia de coronavírus também tem causado apreensão entre os políticos de todo o Brasil por conta dos impactos no calendário eleitoral deste ano. Em Barueri e Santana de Parnaíba, não seria diferente. Com as Câmaras locais em quarentena, os vereadores da região têm interesses em pelos menos duas datas.
A primeira delas é este sábado (4), quando se encerra a janela de filiação para os candidatos que vão concorrer nas eleições municipais de outubro, o que pode atrapalhar a migração de alguns concorrentes na disputa. "Está tudo paralisado", diz o vereador Nilson Martins (Podemos), presidente do Legislativo parnaibano.
Na terça-feira (31), o PP pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que adie em 30 dias a data-limite para que os candidatos possam se filiar à agremiação pela qual irão concorrer no pleito municipal de 2020.
Sem unifcação
A outra data que gera especulação é 4 de outubro, dia da votação propriamente dita. "Dependendo de onde for parar, vai ser difícil manter o calendário eleitoral", diz o vereador Fabião (PSDB), presidente da Câmara barueriense. "Mas não é interessante para o Congresso adiar, porque os cabos eleitorais deles são os prefeitos e vereadores", pondera, em referência à ideia de unificar o pleito com as eleições presidenciais de 2022.
"Se um vereador apoiar um deputado nessa campanha, ele vai pensar em ajudar o deputado ou na própria campanha?", afirma. "O máximo que pode acontecer é prorrogarem um pouco", diz.
Já o parlamentar parnaibano acredita que "haverá eleição", sem cravar. "Vamos ver o desfecho do coronavírus", diz Martins que, por sua vez, é favorável a uma eventual unificação das disputas eleitorais. "Se não houver neste ano, que unifique", defende.
Já há propostas para postergar o pleito. Uma delas será feita nos próximos dias pelo senador Major Olimpio (PSL- -SP), que defende a unificação dos pleitos federais, estaduais e municipais, economizando, segundo ele, até R$ 1,5 bilhão.
No último domingo (29), a ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), garantiu, porém, que não deve haver alterações no cronograma eleitoral. "Neste momento, há plenas condições materiais de cumprimento do calendário", afirmou.