Quinta, 31 Outubro 2024

Política

Bolsonaro é "avalista" de mortes causadas pela epidemia de Covid-19, diz Furlan

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Bolsonaro é "avalista" de mortes causadas pela epidemia de Covid-19, diz Furlan

"Se acompanharmos presidente", afirma prefeito, "muita gente vai morrer" 

"Se acompanharmos presidente", afirma prefeito, "muita gente vai morrer". (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB), disse que o presidente Jair Bolsonaro é "avalista" da morte de milhares de pessoas ao insistir em rejeitar o confinamento recomendado por especialistas de saúde no combate ao avanço da epidemia de Covid-19.

"Muita gente fala sobre a volta das crianças para a escola, mas se fizermos isso neste momento, nós estamos a favor do vírus", disse Furlan, em vídeo publicado no Instagram nesta segunda-feira (30). "Nós vamos contribuir (para o avanço do vírus), sermos avalistas de muitas mortes que podem ser poupadas, como está sendo (avalista) o Presidente da República", afirmou.

A publicação do vídeo reflete a crescente pressão de empresários e comerciantes locais para a reabertura do negócios, impulsionada pelo posicionamento de Bolsonaro de negar as evidências científicas disponíveis sobre a melhor maneira de lidar com a doença. 

"Eu ouvi uma coisa absurda, dizendo que 'todos vão morrer um dia'. É verdade. Mas vamos fazer um grande esforço para que não seja agora, para que não seja por causa do corona. Vamos lutar para preservar o máximo de vida que a gente puder, para que os brasileiros, preservadas as vidas deles, possam ajudar a gente a recuperar a economia no futuro", disse o prefeito de Barueri.

Em todo o mundo, especialistas e autoridades têm concluído que fechar o comércio antes que o vírus se espalhe prejudicará menos a economia do que fazê-lo tardiamente, como aconteceu, por exemplo, na Itália - que inicialmente se recusou a confinar a população e já é um dos países com o maior número de mortes decorrentes do novo coronavírus, somando mais de 10 mil vítimas.

"A gente ouve todos os especialistas, todos os médicos, todos os chefes de Estado do mundo estão tomando providências, menos o do Brasil", criticou Furlan. "Eu não gostaria de tomar essas providências, nem o governador do Estado gostaria, nós queremos ser liderados pelo Presidente da República, que é o chefe da Nação, mas se nós formos acompanhá-lo, muita gente vai morrer", afirmou.

No vídeo, Furlan também disse que a semana passada registrou uma queda de receita - "que não foi pequena" - nos cofres municipais, mas assegurou a população que não faltarão recursos para o enfrentamento à doença. "Nós sabemos que é um momento muito difícil, é um esforço de guerra para vencer esse vírus, e depois vamos ter que fazer um esforço maior ainda, um esforço de guerra para recuperar a nossa economia", disse. 

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